O 1º Prêmio Quizomba 2021, voltado a jovens artistas negros e indígenas com potencial poético e de transformação social, divulgou os vencedores, no domingo (11). O objetivo da premiação foi estimular a manutenção e a continuidade das atividades artísticas e culturais em Londrina, impactadas pela pandemia.
O Prêmio Quizomba contempla jovens que têm trajetórias artísticas ou de práticas culturais, individuais ou coletivas, marcadas pelo desenvolvimento da percepção, da imaginação criativa, do espírito crítico e de valores éticos e estéticos associados à dignidade humana. São 13 áreas contempladas pelo prêmio: circo, dança, teatro, artes visuais, fotografia, cinema e vídeo, artes gráficas, artesanato, música, literatura, tradições populares, capoeira e hip hop.
Ao todo, foram 30 inscritos, entre pessoas e coletivos. Todos os premiados tiveram ou têm vínculo institucional com a UEL (Universidade Estadual de Londrina). Este ano, além dos quatro contemplados previstos no edital, houve um vencedor individual extra. Na categoria coletivo, o prêmio foi de R$ 3 mil e, na categoria individual, de R$ 1,5 mil.
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Na Categoria Coletivo, os vencedores foram: grupo de dança Nen`ga, da Terra Indígena do Apucaraninha, que têm se destacado na luta pela preservação da cultura Kaingang em Londrina; e o Coletivo Dona Vilma Yá Mukumby, formado por pessoas negras, promoventes de atividades artísticas e culturais para as crianças e jovens do Jardim Nossa Senhora da Paz/Favela da Bratac.
Na Categoria Individual, foi premiada Giovana Teixeira, que é formanda em Design de Moda pela UEL. Ela desenvolveu o Trabalho de Conclusão de Curso com o objetivo de incentivar o protagonismo criativo de negras periféricas por meio da moda, com ações sobre seu bairro e moradias. O projeto foi desenvolvido junto ao Coletivo Ciranda, com meninas e adolescentes da Comunidade Nossa Senhora da Paz (Favela Bratac), em Londrina.
Priscila Johson (Priscila Sousa Anunciação) também foi premiada na categoria individual. Ela é formada em Artes Visuais pela UEL e é artista urbana e muralista desde 2014. O pertencimento à classe trabalhadora de baixa renda e a compreensão da identidade de gênero, étnico-racial e religiosa apontaram o sentido do recorte que ela fez em seus trabalhos, somados ao formato que expõe sua produção. Ela relaciona a arte com crise e sociedade, a partir do lugar que ocupa na sociedade, como mulher lésbica e afrodescendente.
Outra premiada foi Maria Alice Silva Oliveira, mulher negra, graduanda em Artes Visuais pela UEL. Ela atua profissionalmente como fotógrafa, é cineasta amadora e artista multidisciplinar. Explora a fotografia, a foto-performance, o vídeo e a arte de rua. Integra um coletivo de foto-ativismo na cidade de Londrina, além de participar do PRATA, coletivo auto-organizado de artistas negros da Universidade. Também integra e dirige a produtora independente e coletivo audiovisual LAJE Produções.
O coordenador do Projeto Quizomba e professor do Departamento de Artes Visuais da UEL, Kennedy Piau, em entrevista à Agência UEL, disse que o projeto teve que se adaptar, durante a pandemia, com a realização do Quizomba On-line, em parceria com o Espaço Nave. Segundo ele, foi garantida a produção de vídeos de artistas e grupos selecionados em edital do Quizomba (no início de 2020) e suas veiculações em duas edições on-line, além da realização do Prêmio Quizomba.
O Projeto Quizomba iniciou em 2005 e tem patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura). O objetivo é propiciar o acesso às manifestações artísticas de matriz africana, não veiculadas na grande mídia, bem como articular artistas e público que apreciam este tipo de manifestação, propiciando um espaço de convivência entre os cidadãos.