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Lembra Lennon

Obra vanguardista de Yoko Ono marca presença em exposição em São Paulo

Agência Estado
01 abr 2017 às 08:59

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Yoko Ono faz arte para questionar a própria arte - praticante do experimentalismo e do vanguardismo, associada à arte conceitual, performance, ela é movida pela inquietação. É o que se pode comprovar na exposição 'O Céu Ainda É Azul, Você Sabe...', que começa neste sábado, 1º, para o público, no Instituto Tomie Ohtake. Trata-se de uma grande retrospectiva, que abarca desde sua primeira obra instrução, Lighting Piece/Peça de Acender (1955) - "acenda um fósforo e assista até que se apague" -, passando pela sua produção artística dos anos 1960, 70, 80, até o presente.

Entre as obras da exposição, há uma série de filmes, dois dos quais tiveram a participação de John Lennon na concepção. Em Estupro (1969), o músico foi codiretor e, em Liberdade (1970), de apenas um minuto, assina a trilha sonora.

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"Uma instrução de Yoko Ono não possui um corpo fixo: um lugar, uma matéria ou sequer uma língua original a que se tenha que remeter para estar junto da obra da artista", observa o curador do Instituto Tomie Ohtake, Paulo Miyada. "A obra aparece como um enunciado, um fragmento linguístico, mas não se encerra nele; pode estar em muitos outros lugares ao mesmo tempo."

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"A exposição pretende revelar os elementos básicos que definem a vasta e diversa carreira artística de Ono - uma viagem através da noção de arte em si, com um forte envolvimento social e político", diz o curador Gunnar B. Kvaran. Yoko respondeu por e-mail.

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Como vê a mudança da arte feminista desde que começou a produzir arte, e o que acha que ainda falta às mulheres artistas?


Temos de fazer coisas incrivelmente excitantes, além dos limites da "mulher artista" e da arte "feminista".

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Alguns de seus trabalhos são mensagens muito simples e diretas; outros são muito mais complexos e misteriosos. Para você a arte visual, neste ponto, presta-se mais a mensagens simples ou a complicadas?


Não acho que um trabalho seja mais simples que outro. Mesmo que a obra consista de uma só palavra, cada palavra em si é muito complexa.

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Você e John eram músicos e artistas visuais. Como artista, o que aprendeu com John, e o que ele aprendeu com você?


Acho que nós dois éramos tão independentes que não chegamos a aprender muito um com o outro. O que foi ótimo.


Você esteve no epicentro de alguns dos momentos mais transformadores e culturalmente dinâmicos do século passado. Como vê o que está acontecendo agora? Progresso ou retrocesso?

Não retrocedemos, com certeza. Seguimos avançando, avançando, avançando.


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