A série ''Os Caprichos'', de Francisco Goya (1746-1828), estará no Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir de quinta-feira (26). São 80 gravuras produzidas entre 1797 e 1799, nas técnicas de água-forte, água-tinta, ponta seca e buril.
Salvador López Becerra, diretor do Instituto Cervantes de Curitiba, instituição parceira na realização da mostra, explica que a coleção satiriza a sociedade espanhola do fim do século XVIII, especialmente da aristocracia e do clero, do sistema de valores, do imobilismo dos costumes e da superstição. "É com Os Caprichos que Goya se consagra como o grande mestre da gravura", afirma Becerra.
A diretora do museu, Estela Sandrini, chama a atenção para o fato de que Goya, um requisitado e consagrado pintor, migrou para a gravura, modalidade artística em que se revelou tão talentoso como no uso de pincel e tinta sobre as telas. "Goya elaborou narrações, e essas narrativas visuais apresentam, lado a lado, opostos, donzelas e monstros. Amor, dor e morte, temas perenes se evidenciam nas cenas que o artista divide entre um escuro sombrio e um claro volumoso", diz Estela.
Na avaliação de Estela, que também é artista visual, os Caprichos são misteriosos e contêm segredos que atravessam os séculos a seduzir, a provocar e a desafiar mulheres e homens: "Os não ditos dessas gravuras dizem respeito até demais à nossa complexa condição, demasiadamente humana".
Becerra lembra que os críticos afirmam que Goya é um dos precursores da arte moderna. "Desta forma, é óbvio comprovar como Os Caprichos influenciaram gerações de artistas de movimentos tão díspares como o romantismo francês, o impressionismo, o expressionismo alemão e o surrealismo", afirma.
Serviço:
Exposição "Os Caprichos", de Goya.
Abertura: 26 de janeiro, às 19 horas. O ingresso é gratuito durante a inauguração.
Em cartaz até 24 de abril de 2012
Museu Oscar Niemeyer - Rua Marechal Hermes, 999 - Centro Cívico – Curitiba.
Horário: 10 às 18 horas, de terça a domingo.
Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (no primeiro domingo de cada mês a entrada é grátis).