O artista Marco Tamura, 26 anos, dedicou seu mês de outubro para um projeto: fazer a releitura de uma personalidade da televisão brasileira diferente por dia. Pelas suas mãos, celebridades como Ana Maria Braga, Silvio Santos e Xuxa ganharam uma nova interpretação.
Com bom humor, as ilustrações trazem detalhes que marcam a personalidade de cada estrela. Por exemplo, no desenho de Sônia Abrão, algumas caveiras estão ao fundo, fazendo referência à fama da apresentadora de noticiar mortes de artistas.
A ideia para os 31 desenhos surgiu a partir do movimento 'Inktober'. Desde sua criação em 2009, artistas de todas as partes do mundo reservam outubro para desenhar um só assunto. O tema escolhido é baseado em uma lista lançada pelo criador do movimento, Jake Parker, ou de acordo com o gosto pessoal.
Uma das intenções do 'Inktober' é elaborar uma rotina de criação em que precisa ser cumprida todos os dias, por isso, é importante que o artista goste do que está fazendo. "Tinha que ser algo que me engajasse e me divertisse, para que eu pudesse terminar um e já começar a pensar no outro sem me entendiar", explica Tamura.
O tema escolhido foi 'TV brasileira'. "É um universo que ainda me fascina, eu acho que ele tem muitas particularidades", revela. Além de apresentadores, pessoas que conseguiram marcar o país também ganharam um espaço. Foi o caso da "Grávida de Taubaté" e a personagem Nazaré Tedesco.
A repercussão gerada pelo trabalho chegou a uma das personalidades retratadas. Marcio Canuto, repórter que trabalhou na Globo por 21 anos, agradeceu a homenagem por meio de um comentário na rede. "Sempre busco enaltecer os artistas, trazer as qualidades que eu enxergo neles", esclarece.
Confira alguns desenhos feitos por Tamura neste projeto. Todas as ilustrações estão disponíveis em seu Instagram, @marcotamura.
O artista
Marco Tamura é formado em design de games pela faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Quando não está desenhando celebridades do Brasil, seu trabalho é focado no seguimento de jogos para empresas nacionais e internacionais.
O que algumas pessoas não sabem é que Tamura é daltônico. Porém, o artista garante que isso não é um problema. Ele explica que, além do seu conhecimento no espectro de cores, a mídia digital é bem mais flexível atualmente e auxilia na escolha. "Quando a gente tem uma noção do resultado das misturas de cores, das harmonias que funcionam, é difícil a gente fazer uma combinação que seja esdrúxulo".
Para aqueles que acham que desenhar é somente para quem tem um dom nato, Marco tem um recado: "Desenhar é muito democrático. É sentar, se propor a aprender. Todo mundo consegue".
(*Sob supervisão de Fernanda Circhia)