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Maior eficácia com N95 ou PFF2

Uso de máscara contra Covid salvou 87 mil vidas nos EUA, diz estudo

Phillippe Watanabe - Folhapress
02 dez 2021 às 10:59

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- Divulgação
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Com a descoberta da variante ômicron da Covid, a importância das máscaras no combate à pandemia de coronavírus voltou a chamar a atenção. Isso acontece exatamente no momento em que mais se debatia no Brasil o relaxamento da obrigatoriedade do uso proteção -principalmente em ambientes externos, onde, em teoria, o perigo de contágio é menor.


O afrouxamento da obrigatoriedade (mas não das máscaras, que devem estar sempre bem ajustadas ao rosto) para espaços abertos inclusive já tem data no estado de São Paulo: 11 de dezembro. Ou tinha, considerando que, após a confirmação dos primeiros casos da ômicron no Brasil, o governo João Doria (PSDB) já pediu um novo estudo sobre a flexibilização.

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Segundo especialistas, como já ocorria antes, mais uma vez, é hora de reforçar a importância do uso de máscaras, além, claro, da necessidade da vacinação contra a Covid.

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"Todo mundo de máscara ainda", afirma Raquel Stucchi, professora da Unicamp e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). "Vamos continuar com o que já estamos acostumados."

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Gerson Salvador, infectologista no Hospital Universitário da USP, reforça que "os meios de transmissão e a prevenção não mudam".


A eficácia dessa barreira facial para proteção contra o Sars-CoV-2 -seja a variante que for- e contra sua disseminação já foi demonstrada por estudos.

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Mas, claro, há diferenças de acordo com as máscaras e como elas são usadas. Máscaras que não cobrem o nariz ou são usadas no queixo, logicamente, não fazem diferença. O material também impacta na proteção.


Um estudo da USP apontou a eficiência de filtragem de vários tipos de máscaras disponíveis no Brasil. As N95 ou PFF2 são as mais indicadas, com uma eficácia superior a 98%. Em seguida, aparecem as de TNT ou cirúrgicas (entre 80% e 90%). Depois, as de pano, com média de 40%. Máscaras de tricô, com tramas abertas ou com tecidos sintéticos como lycra e microfibra não são eficazes para proteção.

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Um outro estudo, dessa vez do Fundo Monetário Internacional, estima quantas vidas foram salvas pelo uso de máscaras, tendo como base as regras para uso da proteção nos Estados Unidos.

Segundo a pesquisa americana, a estimativa é que a obrigatoriedade do uso de máscaras tenha preservado cerca de 87 mil vidas e potencialmente poderia ter poupado a vida de mais 58 mil americanos -caso o uso obrigatório se estendesse para todo o país.

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"A obrigatoriedade no uso de máscara deve permanecer como uma importante ferramenta contra a Covid", afirma a pesquisa de agosto. "Além disso, as máscaras podem ser essenciais para combater futuras pandemias."


A ômicron tem dezenas de mutações em sua proteína S (Spike). Dados disponíveis até o momento apontam que ela tem maior potencial de disseminação e de reinfecção de pessoas que já tiveram Covid.

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A situação aponta para a necessidade de máscaras com maior potencial de filtração, afirma Stucchi. Ou seja, as N95, que, inclusive, podem ser reutilizadas por bastante tempo, caso usadas com o devido cuidado.

Além de reforçar o papel da vacinação, Leonardo Weissmann, consultor da SBI, também diz que a "N95 pode trazer uma maior proteção em um momento que pouco sabemos a respeito da ômicron".


Fora as medidas que já são padrão para combater a pandemia, como espaços bem ventilados, vacinas e máscaras, Salvador também defende a exigência de passaportes vacinais para quem vem de fora do Brasil (os primeiros casos confirmados da ômicron no país estão associados a pessoas sem histórico de vacinação contra a Covid) e para acesso a locais fechados.


Salvador também diz que não faz sentido bloquear a entrada de viajantes de alguns países, quando a nova variante já foi encontrada em diversas nações.

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