Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Pioneirismo trans

Pela primeira vez em 50 anos, travesti é mestra de cerimônia em evento oficial na UEL

Redação Bonde com Agência UEL
20 jul 2023 às 16:38

Compartilhar notícia

- Comissão de organização do evento
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Mulher, travesti, negra, Juuara Juareza Barbosa entrou no curso de Relações Públicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL) ciente de todos os marcadores sociais que poderiam impactar em sua trajetória universitária. Fez e segue fazendo história ao ser a primeira travesti mestra de cerimônia em um evento oficial da instituição.


O feito acontece no chamado "julho das pretas" e ainda sob os ecos do mês do orgulho LGBTQIAP+. O evento ocorreu no último dia 13 de julho durante o lançamento da marca de 50 anos do curso de RP da UEL, como parte da disciplina de Eventos Estratégicos em Relações Públicas e contou com a presença de alunos, professores e autoridades da UEL, incluindo a reitora, Marta Fávaro.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Emocionada, Juuara comenta o pioneirismo de conduzir um evento oficial dentro da universidade, um espaço, por essência, excludente. "É potencialidade, é narrativa positiva de um corpo trans preto. É poder mostrar novas possibilidades quando eu for, por exemplo, fazer oficinas para as meninas nos Cras (Centros de Referências em Assistência Social)", comemora.

Leia mais:

Imagem de destaque
Evento gratuito

Projeto 'Orquestrando o Futuro' reúne cerca de 1.200 alunos no Ouro Verde

Imagem de destaque
"Mãos que Transformam"

Alunos da Apae de Londrina formalizam cooperativa em programa nacional

Imagem de destaque
Ensino, pesquisa e extensão

UEM ocupa primeiro lugar no ranking de produção científica feminina no Brasil

Imagem de destaque
No Jardim Santo Amaro

Escola municipal de Cambé terá videomonitoramento e reconhecimento facial


O fato de muitos cursos da UEL estarem completando meio século e nunca antes uma travesti ter conduzido um evento oficial mostra que o ambiente universitário ainda reproduz estruturas sociais limitantes. "Apenas uma professora veio falar comigo sobre a necessidade de demarcarmos esse pioneirismo, porque estamos em um espaço onde isso é abafado", comenta.

Publicidade


Nascida na zona metropolitana de Campinas (SP), Juuara vive em Londrina desde 2012, quando passou em seu primeiro curso superior na UEL, de Ciências Sociais. Durante o curso, ela adquiriu letramento racial suficiente para se entender como mulher preta. Porém, não vivenciou por completo sua identidade travesti, como acontece hoje.


A escolha da segunda graduação em RP faz todo sentido diante da trajetória profissional de Juuara, que atua há anos como mestra de cerimônias, DJ, entre outras atividades do meio cultural.


"Ser uma mulher, ser uma mulher travesti, ser uma mulher travesti preta já traz consigo muitos marcadores. Estar ocupando uma vaga na UEL, que é uma das universidades mais bem avaliadas do Brasil é um baita desafio. Eu me sinto forte por causa da ancestralidade, e, ao mesmo tempo, sinto como uma grande responsabilidade para mim como militante e ativista por acesso de direitos".


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo