Próximo de completar um ano de criação, o canal no youtube "Barbara Universe” está entre os vários projetos que nasceram na pandemia do novo coronavírus e já soma mais de 7 mil inscritos. A estudante do curso de física Barbara Rosa, de 22 anos, responsável pelo canal, explica que a proposta é fazer divulgação científica de maneira acessível, abordando física, astronomia e astrofísica, além de compartilhar experiências da graduação na UEL (Universidade Estadual de Londrina). Rosa também divulga conteúdo científico no Instagram (@barbnrosa), Facebook (BarbaraUniverse) e TikTok (@barbnrosa).
A estudante conta que decidiu criar o canal para compartilhar conhecimentos com o público jovem, tendo em vista o cenário de negacionismo científico vivido no país. Segundo ela, esta conjuntura é resultado da falta de uma alfabetização científica de qualidade e envolve questões políticas, sociais e econômicas. "Estava percebendo em minha volta que muitos jovens não têm interesse em ciência e não buscam saber a importância da ciência”, ressalta.
De acordo com Barbara, a escolha pelo tema do canal partiu de um projeto de iniciação científica que desenvolve na universidade sobre matéria escura em galáxias. Ela aponta que diante da falta de disciplinas sobre astronomia dentro do curso, o canal tem sido uma alternativa para estudar o que gosta, um incentivo para a graduação, além de agregar no projeto de iniciação científica. "Além do mais, astronomia e astrofísica são temas que chamam a atenção das pessoas, principalmente pela beleza. Imagens de galáxias e nebulosas são muito utilizadas em papel de parede e nas redes sociais”, completa.
Mulheres na Ciência
O desejo de incentivar outras mulheres a entrar no universo científico levou Barbara a criar a série "Mulheres na Ciência”. A ideia é dar visibilidade ao trabalho de mulheres cientistas. "A gente sempre ouve falar de Einstein e Newton. Muitas descobertas feitas por mulheres não aparecem tanto como as descobertas feitas por homens”, pontua.
Barbara Rosa cita Vera Rubin, umas das principais pesquisadoras sobre matéria escura. "Ela me inspira a querer estudar este tema e seguir carreira acadêmica. Vera Rubin foi uma das primeiras a analisar a curva de rotação de estrelas em galáxias espirais e observou que não funcionava da mesma forma que no sistema solar, evidenciando a existência da misteriosa matéria escura. Isso revolucionou o que se pensava sobre astronomia. Acho que assim como ela me incentivou, outras mulheres podem incentivar outras mulheres”, conclui.
*Sob supervisão de Fernanda Circhia