Com o retorno de São Paulo para a fase vermelha, as aulas presenciais da rede estadual de ensino foram retomadas nesta quarta-feira (14) com baixa adesão de estudantes. Na Escola Estadual Leopoldo Santana, no Capão Redondo, zona sul da capital paulista, apenas sete alunos estiveram presentes no período da manhã e 19 no período da tarde, sendo que a expectativa era de 80 estudantes neste primeiro dia.
A Secretaria Estadual da Educação, da gestão João Doria (PSDB), estima que entre 500 a 700 mil alunos compareceram às escolas estaduais no período da manhã, enquanto 50 mil professores seguem afastados por serem do grupo de risco para o novo coronavírus.
Segundo a pasta, a rede tem 3,3 milhões de alunos matriculados em todo o estado. Na fase vermelha, as escolas podem receber apenas 35% dos estudantes, em forma de rodízio.
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Nas fases vermelha e laranja, a presença nas escolas é facultativa e cabe aos pais e responsáveis decidirem se os filhos retornam presencialmente ou seguem acompanhando as aulas somente pela internet.
Em entrevista coletiva nesta quarta (14), o secretário de estado da Educação, Rossieli Soares, afirmou que a expectativa é que um número menor de alunos esteja presente nesta primeira semana de retorno. Na próxima segunda-feira (19), a secretaria, diz ele, aguarda um número maior de estudantes nas escolas.
"Continuamos no processo de vacinação dos professores. Já temos 170 mil professores vacinados, o que é um número importante. Esse número obviamente é de preenchimentos no VaciVida, então ele pode e deve ser um número ainda maior", afirmou o secretário.
"A escola faz uma busca ativa, especialmente para aqueles alunos que estão apresentando mais dificuldades.", afirma Rossieli Soares.
Evelyn Alves da Silva, 16 anos, é uma das alunas que voltará a frequentar a Escola Estadual Leopoldo Santana. O início das aulas da turma dela, do 3º ano do ensino médio, está previsto para a próxima semana, por causa do rodízio. Desde o início do ano, a jovem frequenta as aulas presenciais, que foram interrompidas no mês passado.
Sua mãe, Naiara Alves Sardinha, 35, afirma ter permitido que a filha voltasse às aulas por sentir segurança com os protocolos adotados na unidade de ensino. Segundo ela, a escola fez uma reunião no começo do ano, tomando os devidos cuidados, onde foram apresentadas as medidas que seriam seguidas em meio à pandemia.
"Foi o que me deixou segura. Chegando lá, eu conheci os professores, eles fizeram mudanças dentro das escolas, tanto nas salas de aula quanto em coisas que os alunos usam, como bebedouros. Protocolos para diminuir o contágio", explica a mãe de Evelyn.
Naiara atualmente está desempregada e mora com o marido e quatro filhos, sendo um deles com 11 meses.
A diarista Valmira Santana, 47, também é mãe de uma aluna do 3º ano da escola da zona sul. Sua filha, Maria Júlia Santana Manucelli, 17, pretende comparecer às aulas pela primeira vez desde o início da pandemia. Na reabertura do início do ano de 2021, os pais preferiram que a jovem permanecesse em casa.
"Nós conversamos e ela disse que prefere fazer aula presencial agora, porque ela acredita que ajuda mais. É o último ano dela, se não, ela não vai ter um alicerce perfeito para a faculdade que pretende fazer", explica Valmira, ao contar que a filha quer cursar letras.
Valmira tem outros dois filhos, Lucas, 19, e Enzo, 4, e não pretende que o filho mais novo retorne às aulas. "Eu não acho seguro", afirma.