A definição de horários de aulas para os professores e alocação de salas para as disciplinas é uma tarefa que toda instituição de ensino deve fazer no início de cada ano letivo. É uma incumbência que, além de consumir horas de trabalho para conseguir uma solução viável, envolve alguns cuidados como disponibilidade do professor, adequação de salas conforme a disciplina ou turma, entre outras variáveis.
O GPEA (Grupo de Pesquisas em Engenharia do Algoritmo), do Departamento de Informática da UEM, lançou um software que vai simplificar a tarefa.
Utilizando técnicas de inteligência computacional, o novo software, denominado SIGAH (Sistema Inteligente de Geração Automatizada de Horário), permite a automação da construção de grades de horários de aula, considerando todas as disciplinas necessárias para cada turma e as disponibilidades de cada professor.
O programa baseia-se em uma dissertação de mestrado defendida, dentro do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UEM, por Landir Saviniec que, atualmente, atua como professor no campus de Jandaia do Sul da Universidade Federal do Paraná.
"Do resultado da pesquisa surgiu o interesse em criarmos um software para atender as escolas de ensino fundamental e médio” explica Ademir Aparecido Constantino, professor do Departamento e orientador da dissertação de Saviniec.
GRATUITO - Ele explica que existem sistemas no mercado que visam auxiliar nessa tarefa, porém, o uso requer pagamento e anuidade e muitas escolas públicas enfrentam escassez de recurso que invalidam a aquisição. "Considerando a existência de milhares de escolas públicas no Paraná, a adoção do SIGAH pode significar uma expressiva economia de recurso público”, enfatiza o professor.
A proposta é disponibilizar o uso do software gratuitamente para as escolas públicas do Estado. O único requisito é que o diretor responsável pela instituição faça um cadastro no portal do programa.
DIFERENCIAL - Constantino explica que o diferencial do SIGAH pode ser resumido em dois aspectos O primeiro é o uso de uma técnica computacional inédita, a qual tem alcançado soluções superiores na comparação com outras já conhecidas na literatura científica.
O Outro diferencial é o fato do software ter uma interface gráfica para WEB, cujo processamento fica centralizado em um servidor de alto desempenho da UEM, não exigindo, portanto, a instalação em computador específico da escola. Ou seja, partir da pesquisa de Saviniec, o GPEA criou um programa que pode ser acessado pela internet, por meio de qualquer computador.
O novo serviço deve ser apresentado formalmente para a Secretaria de Estado da Educação, segundo Constantino, que também integra o GPEA. Mas as escolas já podem se cadastrar. A informação é que mais de 120 escolas já fizeram registro para uso do sistema, com expectativa pelo aumento considerável da demanda no início do ano letivo de 2021.