A Universidade Estadual de Londrina deu início nesta terça-feira (15), às 15 horas, ao conjunto de ações da campanha "UEL na luta contra o racismo” Construídas em parceria entre a Cuia (Comissão Universidade para os Índios) e o Neab (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros), as ações foram aprovadas pela Cátedra Unesco Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescentes da América Latina.
A elaboração da campanha envolveu professores e estudantes de vários centros de estudo e as atividades vão até novembro. Toda a programação poderá ser acompanhada pelas redes sociais do NEAB e no perfil UEL pela Igualdade.
Em 23 de setembro acontece uma Roda de Conversa online com a participação de professores e estudantes negros cotistas, negros estrangeiros e indígenas, que falarão contra o racismo na UEL. Também serão apresentados dois microvídeos produzidos pela Cátedra Unesco: Anny Ocoró Loango, do Conicet/Universidad Trés de Febrero (Argentina), e Marcia Mandepora Chundary, reitora da Unibol/Guarani (Bolívia), que abordarão a presença afrodescendente e do indígena nas universidades como fator fundamental na erradicação do racismo.
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A roda de conversa terá a participação de 12 estudantes, seis indígenas e seis negros, que no próximo bimestre estarão à frente de uma série de ações para sensibilizar a comunidade acadêmica. Serão produzidos microvídeos de relatos de suas vivências e estratégias de superação do racismo na UEL. Participarão ainda da criação de uma logomarca para o site da campanha permanente UEL na luta contra o racismo.
Entre setembro a novembro, outros dez vídeos produzidos pela Cátedra serão veiculados no Projeto Tecendo Redes, que atua junto a outros coletivos e universidades brasileiras, na TV UEL (canal institucional), além de uma versão em áudio na Universidade FM. Todos com programação disponível online.
PROPOSTA
Os microvídeos foram selecionados de forma a representar os segmentos afrodescendentes e indígenas de diferentes países. Sobre o primeiro, os personagens são: Joana Célia dos Passos (Brasil), Guilherme Diniz (Brasil), Henry Rebolleto (Colômbia), Francisca Marleide do Nascimento (Brasil) e Miriam Gomes (Argentina). No segundo, Daniel Loncon (Argentina), Nayra Eva Cachambi Patzi (Argentina), Eriki Miller Lima (Brasil), Shailili Zamora Aray (Argentina), Maria Calambas (Colombia).
SITE
No início de novembro ocorrerá o lançamento do site da campanha, onde serão postados os microvídeos produzidos pela comunidade da UEL, em conjunto com aqueles produzidos pela Cátedra Unesco. As publicações serão mensais, estendendo-se ao longo do calendário letivo de 2020/2021, em etapa posterior, como continuidade das ações.
A programação encerrará em 20 de novembro, com um seminário online para lançamento da campanha permanente UEL na luta contra o racismo, quando serão definidos encaminhamentos para ações permanentes de combate ao racismo na universidade. O evento ocorrerá no Dia da Consciência Negra no Brasil, que lembra a data da morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, em 1695.
Para a professora Maria Nilza, do Departamento de Ciências Sociais, do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH), coordenadora do Neab, este é um momento histórico na luta contra o racismo no Ensino Superior no âmbito da Cátedra Unesco, com a participação de várias Instituições de Ensino Superior no Brasil, América Latina e Caribe. Além destes aspectos, acrescenta, soma-se a parceria da Cuia e do Neab em ações antirracistas, numa luta comum para os dois órgãos da UEL com foco na população indígena e negra.
A professora Mônica Kaseker, do Departamento de CECA (Comunicação, do Centro de Comunicação, Educação e Artes), da coordenação da Cuia, diz que este é apenas um pontapé inicial no combate ao racismo na universidade, pois o desafio é de longo prazo e vai depender do envolvimento de todos os centros e departamentos, professores, colaboradores e estudantes, na revisão profunda dos modos de ver, pensar e agir em relação à questão racial.