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Três chapas concorrem ao DCE da UEL; veja entrevistas

01 nov 2018 às 13:20

Mais de 18 mil estudantes da UEL (Universidade Estadual de Londrina) poderão votar na semana que vem para escolha dos novos integrantes da gestão 2018/2019 do Diretório Central de Estudantes (DCE). As eleições acontecem nos dias 6 e 7 de novembro. Onze urnas serão distribuídas em todos os centros de estudo do campus, na Clínica Odontológica e no Restaurante Universitário (RU). Três chapas se inscreveram: Resistência Marielle Franco, UEL Livre e Integra UEL. Cada uma é composta por presidente, vice-presidente, primeiro e segundo secretários, primeiro e segundo tesoureiros e orador.

A FOLHA separou alguns temas e conversou com representantes dos três grupos que concorrem ao pleito do DCE. Confira as entrevistas:


Escolha do nome


Resistência Marielle Franco - "O nome "Resistência Marielle Franco" foi eleito em uma das plenárias abertas que ocorreu para a formação da chapa. Busca expressar a resistência estudantil contra todas as tendências repressivas, reacionárias e fascistas que se manifestam na atual conjuntura".


UEL Livre - "O nome UEL Livre (Chapa 2) faz menção a corrente de pensamento liberal, pois acreditamos que as liberdades individuais são o verdadeiro caminho para a interação social produtiva e benigna. Somente ao nos voltarmos para os verdadeiros princípios do liberalismo poderemos ter uma sociedade cooperativa e integrada em nossa universidade. Somos contrários à mentalidade revolucionária da luta de classes e lutamos para livrar o DCE do jugo ideológico de seus adeptos".


Integra UEL - "Esse nome foi escolhido por representar o desejo da chapa em retomar o diálogo com toda a comunidade universitária. Temos o desejo de unir a universidade para trabalharmos juntos pela nossa universidade. Nesse momento político é cruscial a União e principalmente o diálogo, dentro e fora da comunidade acadêmica".


Principais bandeiras


Resistência Marielle Franco - "A chapa é composta por uma frente fundamentada na defesa da universidade pública e gratuita para todos. Por este motivo, nossas principais bandeiras de luta se assentam na defesa do financiamento integral pelo governo do Estado; na defesa de uma real autonomia universitária e se coloca contra a privatização da educação".


UEL Livre - "São basicamente as bandeiras do liberalismo. Acreditamos no potencial individual de nossos estudantes. Acreditamos em um DCE conciliador, firme, com os pés no chão. Acreditamos na possibilidade de usarmos a iniciativa privada a nosso favor, estabelecendo boas relações com nossa reitoria, nossos vereadores, deputados e governador.


Buscaremos políticas de incentivos fiscais que viabilizem patrocínios e financiamentos, em parcerias público-privadas, para trazermos alguns serviços inovadores para o campus. Repudiamos a luta pela luta. Repudiamos o marxismo cultural. Somos adeptos de uma política realista, e não utópica".


Integra UEL - "Nossas bandeiras são a democracia, o diálogo, autonomia universitária, liberdade de expressão, liberdade religiosa, resistência aos ataques que a UEL vem sofrendo, manutenção da universidade pública e gratuita. Nosso movimento inspirado no movimento de Córdoba".


Atuação fora da universidade


Resistência Marielle Franco - "O primeiro passo é avançar na articulação com os outros DCEs da cidade. A partir daí, os DCEs organizados e articulados com seus respectivos centros acadêmicos, poderão elencar pautas comuns, unificando o movimento estudantil de Londrina".


UEL Livre - "Nossa atuação será coerente com a nossa ideologia liberal, sempre buscando soluções reais e palpáveis para os problemas do campus. Como exemplo, um dos nossos projetos é o UEL Bikes, que consiste na implementação de postos onde os alunos podem "emprestar" bicicletas para se locomover pela universidade.


Para tal projeto, propomos parcerias público-privadas, onde os investidores poderão usufruir do marketing no meio estudantil, buscando consolidar suas marcas entre os futuros profissionais londrinenses. Acreditamos que esse é um grande diferencial da nossa chapa, visto que historicamente o DCE é comandado por grupos estudantis que vagam mais pelo campo das ideias do que, de fato, pelo mundo concreto".


Integra UEL - "Queremos representar os 17 mil estudantes e é primordial pra permanência estudantil construir pontes para a volta do passe livre. Outra ação é buscar diálogo com os DCEs das outras IES de Londrina".


Diálogo com reitor da UEL


Resistência Marielle Franco - "O DCE é um instrumento de luta do Movimento Estudantil. Por isso, nossa chapa se propõe a trabalhar no âmbito da organização dos estudantes, pressionando a reitoria em torno das reivindicações estudantis, como a ampliação da moradia estudantil, gratuidade do Restaurante Universitário e financiamento integral pelo governo".


UEL Livre - "Acreditamos que o diálogo nessa esfera seja de extrema importância. As ideias apresentadas durante a eleição para a atual reitoria, estão em consonância com as diretrizes da nossa chapa. E é exatamente por concordarmos com as ideias propostas, que cobraremos que as mesmas sejam cumpridas, que a postura do reitor seja correta e que a luta seja sempre pelo bem da universidade. Ainda, nossa chapa repudia a ocupação como forma de manifestação, presando pelo diálogo em primeiro lugar".


Integra UEL - "Entendemos que o reitor é peça importante e pretende manter o diálogo com a reitoria, mas sempre de forma autônoma. Eleitos, vamos imediatamente cobrar o não aumento do RU, reforma e ampliação da moradia e o espaço para os estudantes".


Ratinho Júnior


Resistência Marielle Franco - "O desmonte da universidade pública vem ocorrendo há décadas no Brasil sob a política privatizante dos governos. A tendência é que o governo de Ratinho Júnior aprofunde o processo de desmoronamento da educação pública, fato que exige a existência de um DCE que possa organizar e mobilizar os estudantes da UEL em defesa da universidade pública e de todos os seus direitos que estão sendo arrancados".


UEL Livre - "Esperamos que a nova administração consiga desempenhar um papel satisfatório e que cumpra com as necessidades e expectativas tanto dos docentes e demais funcionários, quanto dos discentes. Não mediremos elogios, quando oportunos, nem críticas, quando necessárias. Ainda que tenhamos como princípio o diálogo e a busca por soluções que beneficiem a todos, não nos escusaremos do papel de oposição quando falta fizer".


Integra UEL - "Vamos buscar construir pontes de diálogo, sempre com independência e autonomia".


PM no campus


Resistência Marielle Franco - "Pela polêmica aprofundada a partir de meados de novembro de 2017 sobre a presença ou não da PM no campus, criou-se uma comissão - composta por estudantes, professores e servidores da uel - para analisar a questão de segurança da UEL.
Com base nos dados disponibilizados pela própria prefeitura do campus, a comissão está verificando e chegando a conclusão de que a UEL é um lugar extremamente seguro se comparado às outras localidades da cidade de Londrina, fato que deslegitima o argumento pró-PM no campus fundado na ideia de "insegurança". Nesse mesmo sentido, nossa chapa se coloca contra a presença da PM no campus, entendendo que, ainda que a UEL fosse um lugar violento, a presença da PM longe estaria de ser uma solução e ainda serviria como meio de repressão ao movimento estudantil".


UEL Livre - "A chapa UEL Livre é totalmente favorável a presença da Policia Militar. Ainda que as estatísticas recentes envolvendo a criminalidade no campus não indiquem níveis alarmantes, o ar de insegurança está muito presente nos alunos, que muitas vezes não chegam a fazer o boletim de ocorrência por medo de retaliação. Somos favoráveis pois acreditamos nos direitos de cada cidadão, direito à liberdade, direito de ir e vir. E essa liberdade está sendo violada pelo crime.


A falta de policiamento estimula a criminalidade, é como se deixássemos nossas próprias casa com as portas escancaradas. Não podemos aceitar tal violação calados, a presença da PM com certeza traria maior segurança aos alunos e funcionários que frequentam o espaço físico da universidade".


Integra UEL - "Somos contra a Polícia Militar no campus. Por outro lado, a chapa 3 entende que a maioria do corpo estudantil, sobretudo as estudantes, não se sente seguras no campus. Propomos que seja contratado de imediato os agentes de segurança que estão aguardando a nomeação pelo governo, bem como melhorias na iluminação e no sistema de segurança da universidade. Queremos ainda que estes agentes tenham o papel de proteção humana e não só de segurança patrimonial".


Votação


A votação, que será por cédulas, vai acontecer nos seguintes horários:


Centro de Ciências Agrárias - das 9h às 18h.
Centro Ciências Biológicas – das 9h às 18h.
Centro de Ciências Exatas – das 9h às 22h30.
Centro de Letras e Ciências Humanas – das 9h às 22h30.
Centro de Ciências da Saúde – das 9h às 18h.
Centro de Educação, Comunicação e Artes – das 9h às 22h30.
Centro de Educação Física e Esportes – das 9h às 22h30.
Centro de Estudos Sociais Aplicados – das 9h às 22h30.
Clínica Odontológica Universitária (Centro) – das 9h às 18h.
Centro de Tecnologia e Urbanismo – das 9h às 18h.
Restaurante Universitário - das 11h às 14h e das 18h às 20h.


Como votar

Para votar, cada aluno deverá apresentar a carteirinha de identificação da UEL com foto. Se o documento estiver danificado, é indispensável apresentar outro com foto, como RG ou CNH. A apuração começará a partir de 22h30 do dia 7 na sede do DCE no campus ou qualquer outro local estipulado pela comissão eleitoral. (Confira o regimento completo aqui).


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