O projeto de extensão "Entre os saberes da escola indígena e da universidade: a comunicação audiovisual como elemento de expressão, articulação e fortalecimento da organização dos professores indígenas”, ou Nhandereko Eg Kahnró – "nosso jeito”, em Guarani e em Kaingang, lança, nesses dias 29 e 30 de abril, seis documentários produzidos nas ações de extensão realizadas ao longo de 2018 e 2019. O evento de lançamento terá dois dias de debate sobre a educação escolar indígena.
Na quinta-feira, após um ritual espiritual indígena, a roda de conversa terá a participação de três convidados: Alvaro Guaymás, coordenador de Educação Intercultural Bilíngue do Ministério de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia de Salta/Argentina; Bruno Ferreira Kaingang, doutor em Educação pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e professor Kaingang; e Rafael Osvaldo Machado Moura, promotor de Justiça que integra o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos, do Ministério Público do Paraná.
Na sexta-feira, foram convidados representantes da Cadeinp (Comissão de Articulação das Escolas Indígenas do Paraná) e do FPEEI (Fórum Paranaense de Educação Escolar Indígena). Além deles, foram convidados membros da Artein (Articulação dos Estudantes Indígenas da UEL) e da Seed-PR (Secretaria de Estado da Educação do Paraná). O evento também conta com a participação do cacique Everton Lourenço, da terra Indígena Laranjinha, representando os caciques das terras indígenas do norte do Paraná.
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O projeto teve o apoio do programa Universidade Sem Fronteiras, da Seti (Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná). A proposta foi desenvolver produções audiovisuais a partir das vivências de professores, lideranças, e gestores indígenas. O foco foi nas escolas indígenas de cinco comunidades da região Norte do Paraná.
Educação indígena em debate - Foram desenvolvidas oficinas que promoveram debates e sínteses sobre a realidade das escolas e também as demandas e aspirações das comunidades. O objetivo foi aprimorar a educação escolar indígena, diferenciada diante de cada contexto. Participaram as comunidades das Terras Indígenas de Pinhalzinho, Laranjinha, Posto Velho, Barão de Antonina e Apucaraninha. Além de cinco vídeos sobre cada uma das comunidades, foi elaborado um documentário geral sobre a temática da educação escolar indígena diferenciada. A educação indígena é um direito constitucional, que ainda tem muitas dificuldades em ser implantado plenamente em todo o Brasil.
O projeto Nhandereko Eg Kahnró foi coordenado pelos professores Wagner Roberto do Amaral, do Departamento de Serviço Social, e Mônica Kaseker, do Departamento de Comunicação da UEL. Ambos os professores são membros da Cuia (Comissão Universidade para os Índios da UEL). As atividades tiveram a participação dos estudantes indígenas Alexandro da Silva (Guarani Nhandeva/Ciências Sociais), Eliane Cordeiro (Kaingang/Letras), Yago Junio Queiroz (Kaingang Fulniô/Jornalismo), a estudante não indígena Gabrielle Iank (Ciências Sociais) e o mestrando em Comunicação Gustavo Minho Nakao. A edição e finalização foram feitas por Eduardo Calliari Schacht mediante diálogo com representantes das comunidades.
Programação
Dia 29/04 – Quinta-feira
19h – Apresentação de teaser dos documentários e em seguida Roda de Conversa "Reflexões sobre a escola indígena que temos e a escola indígena que os povos indígenas no Brasil e na América Latina lutam para construir”
Bruno Ferreira Kaingang: doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professor Kaingang;
Alvaro Guaymás: coordenador de Educação Intercultural Bilíngue do Ministério de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia de Salta/Argentina;
Rafael Osvaldo Machado Moura: promotor de Justiça do MPPR (Ministério Público do Paraná) e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do MPPR.
Dia 30/04 – Sexta-feira
19h – Apresentação de teaser dos documentários e em seguida Roda de conversa sobre a Politica de Educação Escolar Indígena e a Escola Indígena que queremos, com representantes das seguintes entidades:
Cadeinp (Comissão de Articulação das Escolas Indígenas do Paraná)
FPEEI (Fórum Paranaense de Educação Escolar Indígena)
Artein (Articulação dos Estudantes Indígenas da UEL)
Caciques das terras indígenas do norte do Paraná
Seed-PR (Secretaria de Estado da Educação do Paraná)