Os professores da rede estadual de ensino do Paraná aprovaram, em assembleia virtual no sábado (12), uma greve contra o retorno às atividades presenciais nas escolas públicas do Estado. A medida foi apresentada de forma preventiva, "caso o governo do Paraná insista em retomar as aulas presenciais neste ano letivo de 2020.
A medida foi aprovada, segundo a APP-Sindicato, que representa a categoria em todo o Estado, em uma campanha "pela defesa da vida”, em um momento que o número de óbitos e contaminações segue em alta, o que "indica a impossibilidade de retomada das aulas com garantias suficientes para evitar o agravamento do quadro. Diante de um quadro que aprofunda cada vez mais a cultura do negacionismo, a começar pelo péssimo exemplo do presidente, estamos infelizmente ainda longe da superação da crise no Brasil”, diz a entidade, que também ressalta o número reduzido de isolamento social no País.
"Diante desse ambiente, a retomada de aulas nas escolas, ainda que com número reduzido de estudantes, professores/as e funcionários/as, não garantirá nem a vida e a saúde e mesmo a aprendizagem estará prejudicada diante da insegurança de um convívio marcado por protocolos que dificilmente serão cumpridos na maioria das escolas cujas estruturas são inadequadas para tempos de normalidade, quiçá com uma pandemia ainda em curso”, argumenta a entidade.
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Procurada, a Seed (Secretaria de Educação do Paraná) disse que estranha o posicionamento da APP-Sindicato em decretar uma greve antecipada "sob alegação de provável retorno às aulas presenciais”. Segundo o canal de comunicação da pasta, a secretaria mantém "diálogo aberto e transparente” com os da entidade de classe.
A assessoria de imprensa da Seed informou que, nas reuniões entre a secretaria e o sindicato, tem sido reforçado que caberá aos profissionais da Secretaria Estadual de Saúde a definição de uma provável data de retorno das aulas presenciais no Paraná.