A UEL (Universidade Estadual de Londrina) sediou na manhã desta
quarta-feira (30) o primeiro debate com os candidatos à reitoria da instituição. As chapas apresentaram as suas propostas e projetos para a
administração da universidade e acaloraram o debate com confrontos
indiretos e acusações.
A chapa 1 (UEL de volta pra
casa), composta pelos professores Gabriel Giannattasio (CLCH) e Marcelo
Canteri (CCA), afirmou que tem como principal estímulo a ideia de
possibilitar pensamentos divergentes na universidade, oferecendo
liberdade de
pensamento à comunidade. A dupla ainda apresentou a ideia de construir
uma secretaria, ligada à ouvidoria, dentro do campus com o objetivo de
combater
"ideologias que estão presentes da UEL" e apurar denúncias de
perseguição política.
"Um sério problema acontece na nossa universidade. Uma instituição pode ter o melhor financiamento do mundo, mas se ela não oferecer as condições de liberdade de pensamento e divergência, ela tem um problema. Não queremos que a reitoria seja uma trincheira de combate ideológico. A reitoria é o lugar de um gestor", disse Giannattasio em seu discurso.
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O
candidato ainda defendeu a volta das "tradições familiares" dentro da
UEL e, em seguida, chamou os alunos e
servidores de "adoentados", levando a plateia a protestar pela fala.
Giannattasio ainda confrontou, sem citar nomes, um dos concorrentes,
afirmando que não era ele quem teve que protocolar uma desfiliação de
partido político para poder concorrer à reitoria.
Gabriel
Giannattasio ainda acusou os candidatos das demais chapas de não se
solidarizarem com ele após uma suposta ameaça de morte que teria sofrido por
estudantes da universidade, feita por meio de cartazes espalhados na instituição.
A segunda chapa (UEL: mudar é preciso, mudar é possível), composta pelos
professores Frederico Garcia Fernandes (CLCH) e Patrícia Mendes Pereira
(CCA), assumiu
o compromisso de contornar burocracias internas e externas da Instituição, a fim de agilizar processos. Os professores ainda defenderam que o maior serviço que um reitor pode oferecer à UEL é a proteção e a valorização dos servidores e alunos.
"O foco principal que nós temos aqui é a integração e a valorização dos nossos técnicos, docentes e alunos. Nós precisamos ter mais integração entre os centros de estudo e os departamentos. Isso é muito importante para crescermos", discursou Patrícia.
Formada pelos professores Marta Regina Favaro (CECA) e Airton Pretis (CCS), a chapa 3 (Mais UEL) criticou a falta de agilidade dentro da instituição e defendeu a pluralidade no campus. A dupla disse que a formação de professores, a inovação, o investimento em arte, cultura, pesquisa e extensão devem ser o pilar para manter a universidade funcionando.
"Defendemos a universidade, que é pública, e pretendemos que continue assim, gratuita, diversa, plural e inclusiva. Essa é a universidade que nós queremos fortalecida", disse Marta Favaro.
Já a chapa 4 (UEL vivacidade), composta pelos professores Nilson Magagnin Filho (CTU) e Laura Brandini (CLCH), utilizou o tempo disponibilizado para criticar a LGU (Lei Geral das Universidades), que restringe parte dos recursos financeiros enviados pelo governo às instituições de ensino público. Nilson Magagnin ainda disse que, com base em seus contatos políticos, irá negociar junto ao governo para amenizar os efeitos da Lei Geral.
"Não é possível pensar a administração dos próximos quatro anos sem levar em consideração a Lei Geral das Universidades, aprovada no final do ano [de 2021]. Os impactos da lei serão profundos na educação e terão consequências no ensino, na pesquisa e na extensão", afirmou o candidato a reitor pela chapa 4.
*Sob supervisão de Luís Fernando Wiltemburg
Eleição
A eleição que definirá o novo reitor ou reitora da UEL ocorrerá no próximo dia 12, em primeiro turno. O segundo turno, caso seja necessário, está previsto para o dia 27 de abril. Toda a comunidade interna da Universidade poderá votar. Esta será a primeira eleição de maneira virtual da Instituição, que receberá os votos através do portal do servidor ou estudante.