Até o final de fevereiro a prefeitura deve contratar 5.000 mães de alunos para atuar como agentes de protocolo contra a Covid-19 nas escolas da rede municipal da capital paulista, fazendo trabalhos como a aferição de temperatura, higienização de equipamentos e ambientes de uso coletivo, monitoramento e sensibilização no ambiente escolar.
O valor total a ser investido nas contratações é de R$ 34,6 milhões, segundo a prefeitura. Atualmente essa função é desempenhada pelos professores. "Ela vai apoiar a escola e é da comunidade, tem relação por já ter o filho ali. E vai receber um salário em um momento em que há uma crise de desemprego", afirma o secretário municipal de Educação, Fernando Padula.
A carga horária prevista é de 30 horas semanais. Desse total, 24 horas serão nas escolas e seis para qualificação profissional. Cada uma receberá R$ 1.155 pelo trabalho, por seis meses.
Esse grupo atuará prioritariamente no atendimento dos estudantes na entrada, intervalos e saída. Caberá às contratadas "fiscalizar" o distanciamento entre os alunos e se eles estão seguindo os protocolos, tais como o uso de máscara, higienização das mãos, uso de álcool em gel e não tocar nos coleguinhas.
Os detalhes de como as mães interessadas poderão se inscrever no programa devem ser definidos até o final de fevereiro, diz a prefeitura.
As aulas presenciais na rede municipal de ensino tiveram início nesta segunda-feira (15) para cerca de 1 milhão de matriculados. Das cerca de 4 mil escolas, 14,5% (ou 580 do total) só devem abrir as portas a partir do dia 22 de fevereiro, já que estão com falta de equipes de limpeza ou passam por obras de adequação para poder receber os alunos.
Padula descarta que essa força de trabalho substituirá as equipes de limpeza das escolas. "Elas vão atuar especificamente naqueles itens que pertencem ao protocolo de retorno", disse.
O projeto deve ter seus detalhes finais acertados até o dia 20. A contratação e captação serão feitas pela secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, que gerencia o POT (Programa Operação Trabalho) desde a sua criação, há 20 anos. O modelo é o mesmo que já foi utilizado para ações envolvendo dependentes químicos, população LGBTI e zeladoria de praças, entre outros. Só entre o período de 2017 a 2020, 4.000 pessoas passaram pelo programa.
No caso das agentes de protocolo que irão trabalhar nas escolas municipais, será dada preferência para mães de alunos desempregadas há quatro meses e que morem próximo às escolas e se enquadrem em condição de vulnerabilidade social. Elas irão atuar em unidades tais como Emefs (escolas municipais de educação fundamental), Ciejas (centros Integrados de educação de jovens e adultos) e CEUs (centros educacionais unificados).
Agentes de protocolo nas escolas
O que é?
A prefeitura contratará 5 mil mães de alunos para auxiliar nos protocolos sanitários nas escolas da rede municipal de ensino.
O que elas farão?
- Medir a temperatura das crianças na entrada da escola;
- Fiscalizar o distanciamento entre os estudantes;
- Observar se as crianças estão usando máscaras corretamente;
- Verificar o uso correto de álcool em gel;
- Higienizar equipamentos de uso coletivo
Quem pode se candidatar?
Mães de alunos maiores de 18 anos e que morem na capital
Requisitos
- Estar desempregada há mais de quatro meses;
- Não receber benefícios tais como seguro-desemprego, FGTS, entre outros;
- Ter renda familiar não superior a metade de um salário mínimo (somado todos os integrantes da família);
- Fornecer autodeclaração de inexistência de doenças preexistentes;
Carga horária
30 horas
Bolsa
R$ 1.155
Inscrições
Detalhes de como será feita a inscrição serão passados até o final de fevereiro pela prefeitura