A rede municipal de ensino em Londrina tem atualmente 45 mil de alunos matriculados e 4,8 mil professores contratados, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Em março de 2020, as aulas presenciais foram suspensas por conta do novo coronavírus, fazendo com que alunos e professores não tivessem o mesmo contato de antes.
Para Leocir de Oliveira, professora há 19 anos, não foi diferente. "Ficar longe da sala de aula foi terrível", resume. Não ter certeza de quando retornar ao trabalho presencial e ver a situação da pandemia se agravando foi uma das piores partes para a professora.
A escola municipal em que trabalha há três anos, José Garcia Villar, tem no momento 548 alunos matriculados. A educadora lembra que, em setembro de 2020, a prefeitura, com todos os cuidados, enviou para cada funcionário um questionário para conferir quem faz parte do grupo de risco para organizar o retorno gradual das aulas presenciais. A professora conta que um dos itens solicitados era o IMC (Índice de Massa Corporal) e, ao fazer a conta, percebeu que o resultado indicava obesidade mórbida. Com isso, ficou impossibilitada de voltar à sala de aula.
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O resultado inesperado trouxe à professora a vontade de mudar o cenário para poder rever os alunos. "Ser professora é uma coisa que eu escolhi, que eu estudei, que eu amo. Eu amo fazer o que eu faço", frisa a educadora. Quando decidiu perder peso, Oliveira assinou um documento declarando que assumia a responsabilidade por ser do grupo de risco e voltar às atividades presenciais. Naquele dia, a professora iniciou a reeducação alimentar e exercícios físicos.
"O momento que eu decidi sair da obesidade mórbida foi quando eu vi que eu era impedida de desenvolver aquilo que eu amo, que é trabalhar com os alunos", pontua a professora. Assim, a educadora eliminou 40 kg em cinco meses. Para ela, os exercícios, apesar de feitos em casa com segurança, eram dolorosos, e reeducar-se na questão alimentar foi difícil, mas hoje a professora ressalta que está feliz em poder voltar às atividades presenciais.
A educadora afirma que receber os alunos individualmente, com todos os protocolos de segurança, tem sido "um trabalho de formiguinha” muito gratificante. Vale lembrar que a entrevista para a reportagem foi feita na última sexta-feira (26), antes do decreto do lockdown estadual.
Confira o vídeo do relato:
*Sob supervisão de Fernanda Circhia e Larissa Ayumi Sato.