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Pesquisadores da UEL se unem para ampliar estudos sobre o novo coronavírus

08 abr 2020 às 11:47

Um grupo de pesquisadores ligados ao Departamento de Microbiologia, Departamento de Ciências Patológicas e Departamento de Química da UEL (Universidade Estadual de Londrina) está se mobilizando para ampliar as pesquisas em torno do novo coronavírus, com vistas ao fato de que a pandemia coloca em risco a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. O desafio urgente é desenvolver uma vacina e medicamentos que possam combater a doença.

O chefe do Departamento de Microbiologia, professor Galdino Andrade, do CCB (Centro de Ciências Biológicas), explica que a estratégia é fortalecer o Laboratório integrado de estudos da relação parasito-hospedeiro que integra o Departamento, e que reúne recursos humanos e equipamentos que podem ser usados neste momento de grave crise de saúde pública.


O pesquisador explica que uma das linhas de atuação prevê a realização de diagnóstico, ou seja, oferecer suporte para a realização de testes para detecção do coronavírus a partir de metodologias preconizadas pelo Ministério da Saúde, frente à necessidade da sociedade civil, como por exemplo, na ocorrência de um surto epidêmico por coronavírus. Dessa forma, o Laboratório poderia servir de apoio às unidades que já realizam os exames de diagnóstico.


Paralelamente, o grupo estuda o desenvolvimento de técnicas rápidas e de baixo custo para diferenciação molecular dos principais agentes virais causadores de infecções respiratórias. Para isso a proposta é buscar investimentos para adequar a unidade em Laboratório de Contenção NB2, isto é, dotar o laboratório com toda a estrutura de biossegurança para que os testes possam ser realizados.


"Estamos partindo do fato que se trata de uma demanda urgente, um desafio comparável a um estado de guerra", define ele. Outra necessidade para o trabalho é o treinamento das equipes. Nesse caso, ele acredita que os técnicos da Secretaria de Saúde do Paraná poderiam colaborar. O investimento previsto para a compra de equipamentos e estruturação chega a R$ 300 mil, que deverão ser obtidos por meio de editais de agências de fomento.


Medicamentos - Outra atuação do Laboratório será na pesquisa para identificação de compostos (naturais ou sintéticos) com potencial para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da infecção por coronavírus. Pesquisadores do mundo todo estão debruçados na busca por um medicamento que possa auxiliar no combate à doença.


As informações são de que pelo menos quatro remédios estão sendo testados: hidroxicloroquina (ou cloroquina), usada principalmente contra a malária; kevzara, contra artrite; favipiravir, um antiviral e remdesivir, criado para combater o vírus do ebola. Os testes mais adiantados estariam em Laboratórios da China, Estados Unidos, Israel e França. "Os estudos são ainda pontuais, até porque é algo muito novo", orienta Galdino.

A coordenadora do Laboratório de Virologia Básica, professora Lígia Galhardi, detalha que os estudos desenvolvidos até agora se referem a populações destes países, em um número pequeno de pacientes e de forma experimental. Ela explica que a perspectiva de desenvolvimento de uma vacina ou medicamento efetivo para o tratamento demanda várias etapas desde a pesquisa in vitro até o ensaio clínico, o que pode demorar meses ou anos.


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