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Pesquisa de Ciência da Informação de doutoranda da UEL recebe prêmio de melhor dissertação acadêmica

05 nov 2021 às 17:45

A doutoranda Ana Maria Mendes Miranda, do PPGCI (Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), conquistou o primeiro lugar na categoria mestrado acadêmico do Prêmio de Teses e Dissertações 2021 da Ancib (Associação de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação). Este é o primeiro prêmio da Ancib recebido pelo Programa da UEL. 


A estudante foi premiada pela dissertação “Multiplicadores da competência em informação e o uso da metacognição nas ações formadoras”, defendida em 2020. Ana Maria Miranda se graduou em Biblioteconomia pela UEL em 2018, seguiu para mestrado no Programa e atualmente está no doutorado, realizando pesquisas sob orientação da professora Adriana Rosecler Alcará, do Departamento de Ciência da Informação.


Ana Maria revela a felicidade em receber a premiação, que representa o reconhecimento de um trabalho coletivo. “Entendo que esse prêmio indica que o PPGCI-UEL, tanto o corpo docente quanto o discente, estão realizando esforços no sentido de contribuir para o desenvolvimento da ciência no Brasil, para o crescimento e consolidação da Ciência da Informação”, defende. 


Segundo a professora Adriana Alcará, a Ancib concede essa premiação às pesquisas que, de fato, tenham contribuído para o desenvolvimento da área. “O prêmio representa a qualidade da pesquisa e da formação que vem sendo desenvolvidas no contexto do nosso Programa. Ele reconhece e evidencia a importância da nossa pesquisa no cenário da Ciência da Informação brasileira, ao mesmo tempo, contribui para a visibilidade do Programa”, afirma.


Estudo - Como explicam as pesquisadoras, a pesquisa de mestrado se baseia no papel dos bibliotecários como multiplicadores da competência em informação, ou seja, como aqueles que se envolvem no processo de ensino de habilidades para a busca, avaliação e apropriação da informação nos mais diferentes contextos, tendo em vista ações mais conscientes e reflexivas frente à informação. 


“Esses profissionais contribuem para que os sujeitos possam analisar a informação, identificando intencionalidades, discursos, informações falsas, entre outras”, afirmam.


A metacognição, outro conceito presente no trabalho, diz respeito à compreensão das pessoas em relação aos seus processos cognitivos, isto é, na capacidade própria em monitorar, avaliar e refletir sobre o seu pensar e o próprio modo de aprender, o que contribui, segundo as pesquisadoras, tanto para o bibliotecário multiplicador, quanto para os usuários das bibliotecas. 


Para elas, a metacognição fica evidente no seguinte exemplo: em ações de formação da competência em informação, quando o bibliotecário promove a reflexão dos usuários em relação à busca, ao uso e compartilhamento da informação, na tentativa de fazê-los pensar sobre o objetivo daquela informação, para qual finalidade a buscam e em quais aspectos ela pode contribuir para as suas atividades.


Pesquisa de campo - A pesquisadora, que utilizou a pesquisa de campo para analisar como a metacognição influencia nas ações promovidas por bibliotecários multiplicadores, também focou na formação de habilidades voltadas para o processo de busca, avaliação, apropriação e uso da informação.


Para isso, o estudo foi dividido em duas etapas. Na primeira, foi feita uma coleta de dados, por meio de grupo de foco, com uma amostra de bibliotecários de diferentes tipos de bibliotecas, com o objetivo de identificar as estratégias metacognitivas utilizadas por eles no desenvolvimento de ações formadoras da competência em informação. 


Na segunda etapa, foi desenvolvida uma pesquisa-ação em uma biblioteca da zona sul de Londrina, com uma atividade interventiva voltada à formação dos usuários, tendo o apoio de uma bibliotecária multiplicadora.  


“A pesquisa possibilitou um aprofundamento teórico quanto à relação entre a metacognição e a competência em informação, evidenciando a relevância de ambas para a formação de sujeitos mais críticos, reflexivos e conscientes de suas ações relativas à busca, uso, apropriação e compartilhamento da informação”, afirmam as pesquisadoras. 

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