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Produção Sustentável

Paraná Mais Orgânicos e UEL certificam lote em assentamento de Lerroville

Redação Bonde com Agência UEL
20 mai 2021 às 16:05

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- Divulgação
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Um passo importante rumo à agroecologia e à produção sustentável. O lote dos proprietários Jovana Aparecida Cestile e Davi José da Costa, assentados no Eli Vive I, no distrito de Lerroville, em Londrina, recebeu a visita de inspeção de conformidade orgânica dos técnicos do programa PMO (Paraná Mais Orgânico). Eles estão a um passo da certificação. O programa tem o objetivo de certificar pequenos e médios produtores rurais de orgânicos de todo o Estado para estabelecer controle de qualidade e, também, auxiliar em uma produção mais capacitada e ecologicamente correta.


Acompanharam a certificação, feita pelo auditor do PMO do Núcleo de Ponta Grossa, da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), Waldir Zarrochinsky Junior, os bolsistas do Programa Paraná Mais Orgânicos em Londrina: Giovana Fogaça (bolsista), Danilo Pezzoto de Lima, agrônomo e auditor do Tecpar, e Eliezer Ferreira Camargo, mestrando do Programa de Pós-graduação em Economia Regional, do Cesa (Centro de Estudos Sociais Aplicados) da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Com o aceno positivo do Programa, o casal deve receber, em até 30 dias, a certificação.

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Propriedade abriga cultivos de frutas e hortaliças - O lote certificado, de aproximadamente oito hectares, tem uma produção bastante diversificada, como conta Eliezer. "Eles dividiram em três talhões para diversificar a produção. No primeiro, plantam frutas e raízes, como abacate e mandioca. No segundo, plantam hortaliças, como alface, couve-flor, brócolis, rúcula e também eucalipto para a extração de óleo essencial. O terceiro talhão ficou como uma estufa de tomates e feijões”, comentou.

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O trabalho com os agricultores, segundo Eliezer, durou aproximadamente um ano. Como de costume, a equipe realizou atendimento de conscientização com os produtores. Em seguida, começou a indicar as medidas que seriam importantes para a preparação do terreno. "A preparação começa até antes, evitando o uso de produtos químicos e criando barreiras para as derivas (de agrotóxicos da região)”, ressaltou.

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O casal entrou em contato com a equipe do Programa em 2016 e, desde então, vem estreitando relações com a equipe. Não é a primeira vez que o grupo realiza uma certificação: no assentamento Eli Vive 2, já certificou produtores que trabalhavam com a Sacola Camponesa, um programa de venda de produtos do assentamento.


Infraestrutura - Devido às questões estruturais de um assentamento, implantar a agricultura orgânica mostra-se como um grande desafio. O coordenador do PMO em Londrina e professor do Departamento de Agronomia, do CCA (Centro de Ciências Agronômicas), Mauricio Ursi Ventura, comenta que existem uma série de impeditivos estruturais, que vão além da propriedade, nesses locais.

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"Damos preferência a esses produtores porque, em geral, os assentamentos têm problemas. Um produtor familiar comum, digamos, têm uma estrutura já pronta para produzir. Muitas vezes os assentados não têm estrada para escoar a produção, nem um relevo adequado para plantar. Alguns lotes têm falta de água. Como eu posso cultivar hortaliças, por exemplo, sem água?”, questiona.


Exatamente pelas dificuldades, o professor considera "um grande avanço” a certificação dos produtores, o que pode servir de inspiração para trabalhos futuros. "Não há a menor dúvida disso. É difícil esse processo por conta do acesso à informação, principalmente. Muitos produtores são pouco escolarizados ou às vezes não têm educação formal, mas, por outro lado, têm uma grande consciência política e ambiental. Eles querem produzir em harmonia com a natureza”.

Área – O Eli Vive é considerado o maior assentamento em área urbana do país e é coordenado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Atualmente, vivem no assentamento 550 famílias. Os assentados comercializam com a Ceasa (Central de Abastecimento do Paraná) em Londrina, com supermercados, em feiras livres e no Feirão da Resistência, realizado na Vila Cultural Canto do Marl. Por conta da pandemia, os feirões estão suspensos e a entrega das cestas se dá por encomenda.


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