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Pandemia: como estão as crianças com autismo nas aulas remotas?

Débora Mantovani - Estagiária*
02 abr 2021 às 11:50

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- Divulgação
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A empresária Gabrielle Hisnauer, mãe do Bernardo, que está no espectro do autismo, conta que as mudanças trazidas ao ensino durante a pandemia de Covid-19 não têm sido simples. "Bernardo tem dificuldades com a quebra de rotina, foi muito difícil fazê-lo adaptar-se", relata. A dona de casa Vanilsa Waltmann, mãe do Matheus, que está no espectro, destaca que, mesmo com os esforços dos professores, o filho sente falta principalmente do convívio com os colegas. "Ele recebeu o material adaptado às suas necessidades, e todos os dias, a professora fala com ele, através de chamadas de vídeo, tendo uma relação de muita proximidade, mesmo à distância”, diz. "Porém, a socialização foi afetada”, pontua.


Márcia, que pediu para não ter seu nome verdadeiro identificado, e que também tem um filho com autismo, conta que o filho se adaptou bem às mudanças, e entende bem a necessidade do isolamento. No entanto, reconhece que essa não é a realidade de todas as crianças que estão no espectro. "Compreendo que há casos em que a família efetivamente necessita de apoio externo e, nessa circunstância, o ensino remoto pode não alcançar os objetivos pretendidos e desejados por todos os envolvidos”, conclui.

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Ela dá dicas para os pais de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Austista) que estejam tendo muitas dificuldades com o ensino remoto ou híbrido. "Aproveite o tempo e proximidade para dar atenção tanto às necessidades de afeto (amor e carinho) quanto às escolares”, recomenda.

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O psicólogo Pedro Costa acrescenta que é indispensável que os pais se envolvam com as tarefas escolares. "Enriqueça o ambiente para favorecer o engajamento nas atividades”, sugere. Ele destaca a importância de que os pais tentem não demonstrar muita ansiedade na frente dos filhos com TEA. "Evite a exposição da criança a eventos que podem causar estresse, como por exemplo noticiários, idas a mercados ou lugares que estão mais restritos”, alerta.


A professora Francielle Zambon salienta, principalmente, que os pais tentem manter ao máximo a paciência. "A criança com autismo precisa de uma rotina, nós sabemos disso, para a sua segurança”, afirma. "É bom que a criança estude sempre no mesmo horário, que ela tenha aquele ritual, se é a mesa, se é no seu quarto, se é na sala, é necessário manter uma organização para que ela sinta essa estabilidade”, indica. "Mas é óbvio que ela também se cansa, que tem dias em que está mais motivada e outros em que está menos. É importante que o adulto perceba e faça pausas, sugira outra atividade por um tempo”, aconselha. "Acho que a palavra chave e principal dica para os pais é: Paciência.”

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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