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Na contagem regressiva para o Enem, entenda como é calculada a nota dos candidatos

19 nov 2021 às 16:35

Faltando somente dois dias para as primeiras provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2021, mais do que revisar os últimos conteúdos e buscar relaxar antes das provas, entender como as notas são calculadas também é um ponto importante para os candidatos, pois essa informação pode ajudar no planejamento para o concurso. 


Desde 2009, o Enem utiliza a TRI (Teoria de Resposta ao Item) como modelo estatístico para medir a proficiência dos estudantes em quatro áreas do conhecimento: Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática. 


Ao contrário do que na tradicional Teoria Clássica dos Testes, costumeiramente usada nos vestibulares e que vincula a nota ao número de acertos, na TRI a avaliação se dá pela coerência pedagógica do seu padrão de respostas.

“Essa coerência parte do pressuposto de que a aquisição do conhecimento é gradativa: não é possível dominar aspectos mais complexos das ciências e das linguagens sem que se conheça os mais simples”, explica Francis Madeira, professor e coordenador pedagógico do pré-vestibular Fleming Medicina.  

Cada questão do Enem apresenta certos parâmetros que ajudam a determinar a nota do candidato. Assim, a prova dispõe de questionamentos de dificuldades variadas dentro de uma escala. Por exemplo: um item pode ter parâmetro de dificuldade 320; outro de 450, e assim sucessivamente. 


Como cada prova apresenta 45 questões, as respostas são comparadas para que o candidato seja posicionado nesta escala. Ou seja, a TRI coloca as notas na mesma escala que a dificuldade das questões. Assim, um candidato de nota 700 tem maior probabilidade de acertar as questões de dificuldade 550, 600, 650 e menor nas mais difíceis. Em razão disso, o mesmo número de acertos gera classificações distintas.

“O segredo para uma boa pontuação no Enem é buscar aumentar a coerência pedagógica do padrão de respostas. Questões mais fáceis devem ter prioridade de resolução. Acertar um item complexo tendo errado os fáceis implicará baixa pontuação, enquanto que o contrário garante maiores proficiências. Se você identificar um item difícil, pule-o e retorne posteriormente para resolvê-lo, caso ainda haja tempo”, aconselha Madeira.

Ainda que algum acerto seja considerado incoerente pela TRI, faz-se importante esclarecer que quaisquer respostas corretas aumentam a nota do candidato, mesmo que a diferença seja pequena em caso de erro.

A fim de auxiliar na compreensão e contribuir visualmente para o entendimento, o Fleming Medicina elaborou gráficos comparativos entre dois estudantes hipotéticos. Neles, é possível observar que ambos acertaram a mesma quantidade de itens, mas de forma diferente, com a maior nota destinada àquele que obteve o desempenho mais linear. Confira neste link.


A partir da proficiência 650, o participante A consegue acertar de forma pouco coerente. Isso significa que a probabilidade de ele errar uma questão de alta dificuldade é maior do que a de acertar. Assim, sua proficiência fica travada no limite 660, mesmo com respostas corretas em itens mais complexos. 


O estudante B (confira aqui o gráfico) consegue acertar os itens de forma bem coerente até a dificuldade 720, mas erra todos a partir dos 750. A TRI entende, então, que esse é o seu limite, o que define sua nota na prova em 721,3.

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