Londrina foi escolhida para sediar o primeiro curso de Desenvolvimento de Negócios com Produtos e Serviços Espaciais do Brasil, capacitação profissional ofertada pelo IFPR (Instituto Federal do Paraná). O lançamento ocorreu nesta terça-feira (6), em evento que contou com a presença de entidades como o Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) e a AEB (Agência Espacial Brasileira).
Segundo o chefe de Inovação e Empreendedorismo do IFPR, Rodolfo Barriviera, será divulgado um edital para o preenchimento das 40 vagas da primeira turma. Podem participar estudantes com 18 anos ou mais e Ensino Médio completo. As aulas serão nas segundas e quartas-feiras, no período da noite, no campus da instituição (avenida da Liberdade, 855, zona norte).
O IFPR também vai divulgar um edital para a seleção dos professores que ministrarão as aulas. A princípio, o corpo docente será formado por professores de concursos federais.
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“É o primeiro do Brasil para lançar empreendedores. Os estudantes entrarão em uma trilha de 200 horas e, ao passar por essa trilha, vão receber informações tecnológicas, empreendedoras, e vão criar startups. Isso vai gerar produtos ou serviços espaciais”, afirma Barriviera.
O presidente da AEB, Carlos Augusto Teixeira de Moura, explica que, nacionalmente, o setor aeroespacial é reconhecido como um dos que mais multiplicam investimentos. A partir de investimentos nessa área, eles transbordam e acabam impactando em outros setores.
“E como aqui já naturalmente atrai muitos profissionais de alta qualificação, nós temos certeza que é um caldo cultural que vai permitir o crescimento dessa área e Londrina vai virar uma referência para o país, quiçá para a América Latina”, disse.
Moura também destacou que há muitos interessados em investir nesse setor no Brasil. Mas ainda se tem a ideia de que é preciso construir satélites e foguetes, “coisas que são mais visíveis”, na avaliação do presidente.
“As pessoas normalmente não têm noção que o mercado especial está muito focado na prestação de serviços, que é o que a gente faz com as informações que vêm ‘lá de cima’”, acrescenta. “E o Paraná começou a vislumbrar a oportunidade de também investir na área especial e identificou que essa seria uma grande oportunidade.”
MERCADO
Para o presidente da AEB, o curso disponibilizado no IFPR vai formar profissionais que criarão negócios “a partir do que vem lá de cima”. Isso deve atender demandas da sociedade em geral, além de políticas públicas e setores econômicos.
“Londrina é reconhecida nacionalmente, é uma das principais cidades da região Sul. É reconhecida nacionalmente por ser uma cidade empreendedora e tem todo esse perfil para trabalhar com inovação”, ressalta Moura.
A tendência é que, a partir desse curso, novas formações sejam ofertadas na cidade. A ideia é identificar demandas locais para apresentar soluções.
“Demandas específicas e aquelas que já são uma ambição do país, como as cidades inteligentes. O Paraná todo pode se beneficiar”, diz. “É o primeiro [curso], é inovador. E vem dessas entidades que aceitaram o desafio, como o IFPR. Estamos fazendo história.”
DIÁLOGOS
O presidente do Codel, Alex Canziani, conta que a ideia de trazer a formação para a cidade veio a partir de uma série de missões em Brasília. Em uma delas foi feita uma visita na AEB e foi percebida a dimensão econômica do setor especial.
“Surgiu a oportunidade, junto com o IFPR, para que pudéssemos fazer um curso voltado ao empreendedorismo aeroespacial", destacando que o ecossistema de inovação de Londrina é uma referência a nível nacional.
Canziani também lembra de outras ações no setor, como o programa Constelação Catarina, que prevê a construção de nanosatélites, e o Napi Space, que é um arranjo produtivo de inovação voltado à área especial.
“Isso demanda serviços, demanda startups para que a gente possa fomentar cada vez mais nosso ecossistema. Esse curso, que é inédito no Brasil, vai alavancar muito para que tenhamos empreendedores e que tenhamos nossos estudantes atuando na área especial.”