Agricultores familiares, assentados da Reforma Agrária, povos indígenas e comunidades tradicionais, como quilombolas e quebradeiras de coco, encontram no YouTube, em acesso livre, a oportunidade de qualificar a sua produção de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias. Com o distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, desde 2020, o projeto ArticulaFito - Cadeias de Valor em Plantas Medicinais levou as oficinas de capacitação antes promovidas em campo para o ambiente virtual, em acesso aberto.
O primeiro ciclo de capacitações oferece quatro módulos: Boas Práticas de Cultivo e Manejo, Farmácias Vivas, Legislação Fitossanitária e Políticas Públicas e Acesso a Mercados Diferenciados. O segundo ciclo traz mais dois módulos: Produção de Plantas Medicinais em Sistemas Agroflorestais e Sistemas Agroflorestais na Prática. Todas as videoaulas têm intérprete da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Para assistir, basta acessar o canal do ArticulaFito no YouTube (youtube.com/articulafito) ou entrar na página do projeto no Facebook e acessar as bibliotecas virtuais na aba Grupos.
”Democratizar o conhecimento e a informação é o melhor caminho para qualificar a base produtiva de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias. Por isso, as oficinas de capacitação do ArticulaFito estão disponíveis em acesso aberto no YouTube. O objetivo é adequar os empreendimentos que participam do projeto às boas práticas de cultivo e manejo e à legislação fitossanitária vigente, para que possam acessar com segurança os chamados mercados diferenciados, pautados em valores como a equidade de gênero, nos conhecimentos e saberes tradicionais, na conservação e no uso sustentável da biodiversidade brasileira”, conta a coordenadora técnica e executiva do ArticulaFito, Joseane Carvalho Costa, que é pesquisadora da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará).
Sobre o projeto - Iniciativa conjunta da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o projeto ArticulaFito - Cadeias de Valor em Plantas Medicinais promove a qualificação de empreendimentos de povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares. A iniciativa constitui o maior mapeamento de espécies de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias já realizado no Brasil. Foram identificados 26 produtos oriundos de cadeias de valor nos biomas Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado (regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste). São produtos como chás, colírios, repelentes, hidratantes, azeites para uso na gastronomia, dentre outros, que têm como matéria-prima espécies vegetais da flora brasileira.
"Cadeias de valor são sistemas produtivos que utilizam de forma sustentável recursos da sociobiodiversidade e contribuem com a conservação ambiental, o desenvolvimento econômico e a redução de desigualdades. Por terem agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais em suas bases produtivas, essas cadeias agregam valores étnicos, históricos, sociais, culturais e ambientais ao seus produtos”, explica Joseane.
Cadeias de Valor em Plantas Medicinais mapeadas pelo ArticulaFito:
Fitoterapia - extrato seco e chá medicinal de calêndula; extrato seco e chá medicinal de espinheira santa; chá medicinal de guaco; produtos tradicionais de capim cidreira; pó de carapiá; semente de umburana; chá de cavalinha; pílula artesanal de babosa; chá medicinal de hortelã; semente de sucupira; extrato de pilocarpina das folhas de jaborandi.
Cosméticos - vagem de fava d'anta; extrato de melão de São Caetano; extrato de arnica; cera de carnaúba; óleo e sabonete de copaíba; óleo de andiroba; óleo de pracaxi; repelente de andiroba; óleo e cosméticos de buriti; manteiga de tucumã e óleo do bicho do tucumã.
Alimentos - óleo de macaúba; óleo extravirgem e farinha de babaçu; amêndoas de castanha do Pará; jambu in natura e cachaça de jambu; bacuri in natura, polpa, semente e casca e manteiga de bacuri.
Serviço
Oficinas de Capacitação sobre Plantas Medicinais