O estímulo motor para a criança é muito importante para que ela desenvolva habilidades básicas do dia a dia e forme sua base motriz, fundamental para tarefas recreativas e esportivas. Com o isolamento social, esse processo foi dificultado, já que creches e escolas são os ambientes mais comuns para que esse desenvolvimento ocorra.
A professora do curso de Fisioterapia da Faculdade Pitágoras Unopar, Magda Maciel Ribeiro Stival, explica que há uma série de atividades que podem ser realizadas em conjunto dentro de casa mesmo. "Brincadeiras simples já enriquecem o desenvolvimento motor e cognitivo dos pequenos. Contudo, elas devem seguir uma evolução natural da criança, fazendo com que ela entenda as partes do seu corpo, para que depois os movimentos sejam desenvolvidos. Devemos ensinar através de brinquedos e atividades lúdicas, e esse movimento constrói um significado na família e nas relações humanas da criança”, explicou. Para auxiliar os pais e cuidadores, a professora traz algumas brincadeiras que as crianças podem fazer em casa e durante as férias, para que elas não percam o desenvolvimento motor amplo.
De 1 a 3 anos - A especialista explica que em idades iniciais essas brincadeiras são de extrema importância. "Em crianças com idade a partir de 1 ano, por exemplo, podemos fazer argolas de jornal para serem colocadas em garrafas pets. Isso faz com que o pequeno vá andando até a garrafa para colocar esses arcos, fortalecendo a coordenação motora. Outra dica é que, como as crianças com essa idade também costumam ficar de cócoras por longos períodos, brincar de imitar bichos aproveitando essa postura pode ser uma boa saída”, ressalta.
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Já para quem é um pouco maior, um simples ato de abrir presentes pode auxiliar no desenvolvimento motor. "Crianças de 2 anos amam abrir presentes, e quem não gosta? Com isso eu recomendo fazer vários pacotes com brinquedos que você tem em casa, escondendo os mesmos para a criança procurar, assim ela andará em vários momentos. Outra atividade é fazer pinos de garrafa pet. A fabricação em si já será uma festa e, ao chutar a bola em direção aos pinos, a criança desenvolve força e equilíbrio”.
Ao chegar aos 3 anos, os pequenos já conseguem fazer atividades mais elaboradas. A fisioterapeuta orienta a trabalhar com brincadeiras que estimulem os membros inferiores, como pular entre quadrados, com auxílio de músicas que estimulem os pulos. "Outra recomendação é estimular a andar na ponta dos pés para se esconder, marcha soldado e até mesmo correr para no final chutar uma bola”, destaca.
De 4 a 6 anos - Algumas indicações de atividades requerem mais espaço em casa, como pique-pega, esconde-esconde, cabo-de-guera e peteca. Para quem não conta com essa opção, a amarelinha ou a utilização de circuitos são uma saída, já que elas fornecem mais equilíbrio dinâmico. Segundo a especialista, essas atividades irão auxiliar na movimentação dinâmica por conta do abaixar, pular e correr em várias direções, desenvolvendo também o condicionamento cardiorrespiratório e fortalecendo a musculatura de braços e pernas, já que há o uso das articulações para gerar força. "Estimular essas brincadeiras também ajudam a melhorar o colesterol e evitam o sedentarismo infantil, tão presente nas crianças atualmente devido ao uso excessivo de jogos eletrônicos e celulares”, diz.
De 7 a 12 anos - Para os mais velhos, natação, queimada, dança, carrinho de mão e jogos em geral ajudam a criar habilidades mais específicas e senso de competição. "Cada atividade traz seu benefício. A queimada desenvolve potência, agilidade e coordenação motora; já nadar evita problemas de postura e fortalece a musculatura de forma simétrica”, explica a professora. A especialista ressalta também os benefícios da dança. "Ela ajuda no desenvolvimento motor e de equilíbrio. Mesmo sendo um movimento que aparenta não ter esforço, até a coreografia sair como deve, vai muito tempo de ensaio, otimismo, dança, risos e um fator de aproximação da própria família”. Magda cita como exemplo sua filha que está na adolescência. "Aqui em casa tenho uma filha adolescente, ela anda de patins, bicicleta, faz caminhada, joga tênis e até dança com o auxílio de um aplicativo. Essa última atividade está em alta com os adolescentes e ajuda a melhorar o fortalecimento muscular, traz resistência, melhora o desenvolvimento e a coordenação motora”, finaliza.
Por fim, é importante ressaltar que a estimulação acontece também nas horas de descanso, através de mais um momento de interação com os pais, como na leitura de um livro, ouvir músicas ou regar plantas.