Servidores do HU (Hospital Universitário) e AHC (Ambulatório do Hospital das Clínicas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) protestam na manhã desta terça-feira (5), a partir das 9h, em frente ao HC, por não terem sido incluídos no auxílio-alimentação concedido pelo governador Ratinho Júnior (PSD) a funcionários da Saúde e de forças policiais, como a PM, (Polícia Militar), no valor de R$ 600.
A proposta foi aprovada pela Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) na semana passada, por meio do projeto de lei 107/2020. A Assuel (Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da UEL) considera injusto que o PL concedeu vale-alimentação para servidores da saúde ligados diretamente ao governo do Estado e a policiais, deixando de lado funcionários ligados à universidade, que tanto fizeram pela comunidade da região de Londrina, para a qual o HU era o hospital de referência para tratamento de Covid-19.
O presidente da Assuel, Marcelo Seabra, acusa o governo do Paraná de não dialogar com sindicatos que representam os interesses diretos dos servidores estaduais. “Este é um problema sério. Ele [Ratinho Jr.] envia os projetos de lei [para a Assembleia Legislativa] à revelia dos servidores e dos sindicatos. Não há mesa de negociação, nem possibilidade de diálogo. Enfim, ele faz o que quer sem nos consultar”, reclama.
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Diretores da Assuel estiveram, na semana passada, em frente a Alep para tentar conversar com deputados, que votaram o PL, e propor emendas que contemplassem os funcionários do HU e AHC, mas a votação que aprovou o projeto de Ratinho Júnior foi feito a portões fechados, sem a presença da população que elegeu os parlamentares.
“Diante disso, vemos como única alternativa organizar um protesto para que a sociedade saiba o que está acontecendo e fiquem sabendo da nossa indignação. Se vai ter vale-alimentação para servidores da saúde, entendemos que tinha de ser a todos os servidores, independente de onde eles trabalham”, explica Seabra.
Atualmente, só têm direito ao benefício aqueles que recebem até dois salários-mínimos, mas a proposta do governo do Estado amplia esse direito a quase todos os servidores da Saúde. Entretanto, de acordo com a AEN (Agência Estadual de Notícias) do Paraná, só serão contemplados aqueles ligados diretamente ao quadro próprio [de funcionários] da administração estadual e ao [quadro próprio] dos servidores da Saúde.
Funcionários da saúde ligados a instituições de ensino, como a UEL, a UEM (Universidade Estadual de Maringá) e à UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), por exemplo, são ligados ao chamado “Quadro Próprio das Instituições de Ensino Superior”, o que os excluiu do PL aprovado na semana passada. Para o presidente da Assuel, a resposta “não se justifica, porque [esta divisão] é uma questão meramente burocrática”. “No fim, são todos profissionais de saúde”, sentencia.
A AEN, entretanto, justificou que, “diante da necessidade não só do auxílio, mas de uma revisão de toda a carreira, a [Secretaria da] Casa Civil adotou medidas para a criação de um grupo de trabalho, ainda nesta semana, para discutir as demandas de docentes e agentes universitários das universidades estaduais”.
Questionada, a AEN não se manifestou diante da reclamação de ausência de diálogo com os trabalhadores em relação às demandas que emanam deles próprios.