Incertezas, mudanças, planejamentos e a nova forma de ensino. Esses são os aspectos que mestres, pedagogos e escolas têm considerado para entender qual será o futuro da educação na pós-pandemia. Para eles, haverá dificuldades no uso de novas tecnologias, no desenvolvimento da educação socioemocional, no planejamento para a segurança dos alunos e na reorganização dos conteúdos educativos.
Segundo o professor de Matemática, psicólogo, mestre em Educação Marcos Meier, o principal desafio será integrar as novas tecnologias ao processo de aprendizagem. "Antigamente, eram utilizados datashows com dezenas de slides cheios de texto que tornavam as aulas cansativas e restringiam a interação entre os alunos. Esse tipo de tecnologia estava a serviço do ensino, não da aprendizagem. O ideal é que a tecnologia esteja a serviço da aprendizagem e que supra as necessidades de ensinar e aprender”, comenta o professor. Outro desafio citado por Meier está relacionado à escolha de softwares que incorporem conceitos educacionais didáticos que façam o aluno interagir e que estimulem sua criatividade. "Os jovens precisam ser incentivados constantemente a pensarem fora da caixinha”, enfatiza.
A executiva Cristiane Sliva concorda que os recursos da tecnologia educacional devem ser utilizados para fins pedagógicos, pois auxiliam e otimizam as atividades escolares, adaptando-se à realidade do mundo moderno e interagindo com o currículo escolar para dar sentido à aprendizagem. Para ela outro desafio da "nova escola” será gerenciar de forma assertiva as necessidades dos estudantes e da comunidade escolar. "Será necessário elencar ferramentas para estabelecer a comunicação com as famílias dos estudantes de forma satisfatória e planejar a retomada dos conteúdos essenciais trabalhados em 2020. Outro ponto importante será promover estratégias para o uso de tecnologias que desafiem os estudantes em aulas presenciais e em aulas não presenciais, como as soluções educacionais híbridas, com conteúdos, atividades e ferramentas diversificadas que aprofundam, avaliam e complementam as interações realizadas durante as aulas”, comenta.
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Para a pedagoga com especialização em Psicopedagogia e mestre em Educação Jane Haddad, uma das maiores dificuldades será interligar as inteligências intelectual, emocional e física. Desenvolver as três capacidades entre escola, aluno e família é imprescindível, uma vez que a pandemia tirou os alunos do convívio escolar e social, o que agrava o retorno às aulas presenciais. "O afeto é o fio condutor entre o dever e o direito de todos os envolvidos na escola. Para retomar, será necessário criar protocolos de acolhimento e que cada escola crie campanhas de segurança, otimização, novos cumprimentos, uso do espaço físico e, principalmente, de comunicação”, finaliza.