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Entrevistas de emprego: erros de português reprovam mais que falta de experiência

01 jun 2021 às 16:13

A língua portuguesa é a sexta mais falada no mundo considerando falantes nativos, com 221 milhões de pessoas. Com várias peculiaridades, o idioma é um dos mais ricos do mundo e, certamente, um dos mais complexos também. Um levantamento realizado pelo Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) mostrou que 50,3% dos participantes à procura de um emprego não seriam aprovados por conta de erros de português. Em outra pesquisa feita pela empresa de recrutamento on-line Catho, os equívocos na língua nativa são o principal motivo para desclassificação dos candidatos para 34% dos recrutadores - até mesmo mais do que a experiência.


A professora de Redação e Língua Portuguesa do Colégio Positivo de Santa Maria, Paula Faustino, elenca os erros mais comuns cometidos no dia a dia e explica a forma correta de utilização.


Paralisação com S não com Z - É um erro bastante comum. "A palavra vem do verbo paralisar e significa parar, suspender, interromper uma atividade. O verbo tem origem na palavra grega parálysis ou na palavra francesa paralyser. Portanto, o verbo, em todas as suas formas conjugadas, além das palavras paralisado e paralisia também são com S”, explica.


Viagem com G e Viajem com J - O substantivo é escrito com G e significa jornada, passeio. Ex: Boa viagem! Viajem com J vem do verbo viajar. Ex: Espero que eles viajem bem / Viajaremos nas férias. "Diferente do primeiro exemplo, nesse caso, o substantivo não acompanha o verbo. Exatamente por essas diferenças que a nossa língua é tão rica e viva”, afirma.


Ideia sem acento - Desde 2009, os ditongos abertos ei e oi não são mais acentuados nas palavras paroxítonas (aquelas que têm a penúltima sílaba pronunciada com mais intensidade). Assim, as palavras assembleia, plateia, jiboia, joia, obedecem a essa mesma regra.


Locuções separadas - Com certeza, de repente, de novo, por isso, a partir, em cima, são escritas sempre em separado. "É algo simples, mas são erros bem comuns de vermos no dia a dia”, ressalta a professora.


Uso de há e atrás - É inadequado falar há dois dias atrás ou há cinco anos atrás. De acordo com a professora, é o mesmo que dizer "descer para baixo", "subir para cima"."É um pleonasmo, ou seja, uma repetição, redundância. Há e atrás já indicam um tempo passado. Portanto, prefira dizer: "Há dois dias" ou "Dois dias atrás", explica.


Uso dos pronomes mim e eu - Segundo a professora Paula, a confusão com esses pronomes também é comum, mas simples de resolver. Use para mim antes de verbo, caso mim não tenha função de sujeito. Se for possível excluir ou deslocar a expressão "para mim", significa que mim não é sujeito daquele verbo. Ex: "É difícil para mim falar em público". "É difícil falar em público" ou "Para mim, é difícil falar em público". Nos demais casos, use eu. Ex: "Empreste o livro para eu ler?".

Entubar x Intubar - "Infelizmente, essas palavras passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Entubar significa dar forma de tubo: ‘O gás foi entubado'. Já intubar significa introduzir um tubo, realizar uma intubação: ‘O paciente foi intubado’. Embora também se reconheça a forma correta do verbo entubar, na medicina o termo correto e usado é com o prefixo in.


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