A pandemia modificou o calendário dos vestibulares em todo o país, incluindo o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) – o mais esperado por aqueles que desejam entrar em faculdades ou universidades públicas e particulares. Os adiamentos, feitos para evitar aglomerações, junto com as novas políticas adotadas pelas escolas, que aderiram majoritariamente ao ensino a distância, fizeram com que os vestibulandos tivessem de se adaptar e lidar com ainda mais ansiedade com o pré-vestibular.
ANSIEDADE ATRAPALHA NOS RESULTADOS
A pressão de ir bem em um teste pode ser o principal vilão no processo de preparo para a prova. Isso porque a ansiedade, além de causar sensações desagradáveis, como angústia e agitação, dificulta a concentração na hora de realizar tarefas importantes para os estudos e leva à procrastinação.
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É o que explica a psicóloga Ana Beatriz Nogueira, cofundadora e psicoterapeuta atuante na clínica Espaço Tempo, em Uberaba (MG): "Ao sentir ansiedade, o(a) estudante pode ter o sentimento de que as provas são um evento muito negativo, de forma que ela ou ele antecipe que provavelmente irá falhar. Dessa forma, a ansiedade faz parecer que o estudo e a dedicação são fadados ao fracasso. Então, acontecem processos de fuga, como a procrastinação e a evitação, e também o mal-estar, tanto emocional, quanto físico, em alguns casos, que atrapalham a preparação”, elucida Ana Beatriz.
A psicóloga ainda ressalta que o sentimento negativo, se não controlado, pode comprometer também a capacidade de lembrar, no dia da prova, dos conhecimentos adquiridos anteriormente, já que a ansiedade e o nervosismo são alguns dos causadores de falhas na memória. "As preocupações dificultam muito para se concentrar com cuidado na resolução das questões e nos conhecimentos que já adquiriu, o que pode causar o famoso ‘branco’. Além disso, a dificuldade de concentração prejudica ainda o manejo do tempo total de resolução da prova”, aponta.
COMO O ESTUDANTE PODE MANTER A SAÚDE MENTAL
Realizar as metas de leitura e exercícios, estar atento para o que estudar para o Enem e assistir às aulas é importante, mas o excesso dessas atividades, sem pausa para descanso, pode sobrecarregar a mente e levar a um nível de ansiedade patológico.
Ana explica que, a partir do momento em que o sentimento interfere no desempenho em diferentes partes da vida, ele pode ser considerado uma doença: "Nesse caso, a ansiedade prejudica a manutenção das relações pessoais, como afastamento de amizades, de familiares, isolamento; prejudica o rendimento, com notas baixas, procrastinação, trabalhos não entregues, faltas constantes e também há prejuízo da saúde de forma geral, como insônia ou hipersonia (sentir sono exageradamente), falta de apetite ou apetite muito aumentado, irritabilidade, cansaço constante, memória diminuída, dificuldade de se concentrar, sentir-se no ‘automático’ todo o tempo”, diz.
Para evitar agravamentos, é necessário dosar o tempo de estudo e permitir descansar a mente realizando outras atividades que sejam prazerosas, sem sentir culpa de não estar sendo produtivo, já que o lazer também é necessário para um bom rendimento. Hábitos como boa alimentação, sono regulado e conversas frequentes com professores e pais sobre anseios e preocupações auxiliam no alívio da pressão.
É válido ressaltar que, em casos de ansiedade constante, ou qualquer outro tipo irregularidade na saúde mental, assim como dores no estômago, dores no peito, dor de cabeça, erupções observadas na pele, queda de cabelo, entre outros sintomas que sejam incômodos durante os estudos, é necessário buscar ajuda de um profissional da saúde.