A 40 dias do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Ministério da Educação decidiu que os alunos não poderão utilizar a nota da prova de janeiro para concorrer a uma vaga no Sisu do primeiro semestre de 2021.
O Sisu (Sistema de Seleção Unificada) utiliza a pontuação obtida no Enem para preencher vagas nos institutos e universidades federais do país.
Na prática, o Enem não servirá para o Sisu e nem para selecionar as vagas do Prouni (Programa Universidade para Todos) e do Fies (Financiamento Estudantil), como já havia anunciado o ministério.
O ministério deve divulgar nos próximos dias o calendário do Sisu com a data de inscrição para o fim de janeiro. As provas do Enem estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro, na versão impressa, e 31 de janeiro e 7 de fevereiro, na versão digital.
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Com a decisão do MEC, os candidatos terão que usar as notas do ano passado para concorrer a uma vaga em faculdades públicas e também nas privadas de todo o país.
Praticamente todas as universidades federais estão no Sisu –só no primeiro semestre de 2020 foram ofertadas 237,128 vagas em 128 instituições.
Dirigentes e integrantes do MEC avaliam que a organização do calendário dessa forma tira a utilidade da realização da prova, já que as notas obtidas pelos estudantes só poderão ser usadas no segundo semestre. A maioria das universidades federais já tinham organizado o ano letivo de 2021 para receber os selecionados pelo próximo Enem.
A avaliação é de que o exame de janeiro foi esvaziado pelo MEC e que só terá custos e o potencial risco de transmissão de Covid-19 entre os candidatos e organizadores da prova.
Em entrevista à TV Asa Branca, afiliada da rede Globo em Pernambuco, o ministro Milton Ribeiro disse nesta quinta (10) que as inscrições para o Sisu serão marcadas para o fim de janeiro.
"Nós estamos marcando a questão do Sisu para o final de janeiro. Nós vamos divulgar nesta semana agora o calendário, que possa aproveitar, talvez notas do Enem do passado e para as escolas privadas. Então está tudo organizado, essa semana eu devo distribuir essa informação para conhecimento de todos da sociedade", disse.
A medida surpreendeu estudantes e reitores das universidades, já que a mudança no cronograma não foi comunicada previamente.
A Une (União Nacional dos Estudantes), uma das entidades que pediu o adiamento da prova por conta da suspensão das aulas, disse que deverá recorrer judicialmente para que as notas da prova de janeiro possam ser usadas nos três programas.
A mudança das datas ocorreu após pressão das faculdades particulares para que não tivessem de alterar o calendário do próximo ano letivo.
Na maioria das universidades e institutos públicos, o ano letivo de 2020 está atrasado e continuará em 2021, o que daria tempo para encerrar o processo de aplicação e correção das provas do Enem.