Conhecida por ser uma prova muito abrangente em relação a conteúdos, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é especialista em apresentar nos seus enunciados elementos de diferentes componentes curriculares, entrelaçados de forma proposital, fazendo com que o candidato aplique no momento da prova o conhecimento das suas relações com as coisas que estão ao seu redor.
A interdisciplinaridade do Enem não é novidade. Mesmo assim, é necessário captar a essência do enunciado e analisar de que maneira aquelas informações se relacionam com as alternativas, para assim buscar a correta.
O professor Nilson Douglas Castilho, do Colégio Marista de Londrina, explica que esse termo "interdisciplinaridade" chega a ser confundido. "Tem gente que acha que é pegar um tema, e ver o que Português, Matemática, História e Geografia, por exemplo, falam. Isso é ser multidisciplinar", destacou.
Para ele, a não-identificação de quantos componentes curriculares existem em um determinado assunto, ressalta como um depende do outro para fazer sentido, como a construção de uma narrativa.
Castilho usou o exemplo da Previdência Social. "Posso tratar da população ativa (geografia), como a formação desses grupos sociais foi feito para considerar a aposentadoria (sociologia), a organização da sociedade e o porquê da previdência (filosofia). Tudo isso em uma mesma questão". Segundo o professor, não é necessário identificar o componente curricular de forma isolada, e sim compreendê-lo em todo o contexto.