Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Violência na escola

Como lidar com medo causado em crianças e adolescentes por ataque à escola

Gabriella Sales - Folhapress
27 mar 2023 às 17:38

Compartilhar notícia

- Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Um adolescente de 13 anos foi responsável pela morte de uma professora da escola estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, nesta segunda-feira (27). Além da docente, o estudante feriu outras três professoras e dois colegas com golpes de faca.


Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

O caso alerta para o aumento da violência nas escolas, com casos de agressão física se tornando mais comuns desde o retorno presencial, após a pandemia. No ano passado, ataques com armas e múltiplas vítimas foram registrados em ao menos 4 estados.

Leia mais:

Imagem de destaque
Veja seu local

Provas do concurso da Sanepar serão aplicadas em nove cidades do Paraná neste domingo

Imagem de destaque
Confira as mudanças

Vestibular da UEL altera trânsito e transporte coletivo no domingo e na segunda em Londrina

Imagem de destaque
Saiba mais

Inep divulga gabarito oficial do Enem

Imagem de destaque
Sessenta formandos

Apucarana promove formatura de curso de formação em Libras


As ações são traumáticas para os alunos, os funcionários, o corpo docente e outros estudantes que souberam do atentado por meio de notícias ou redes sociais. Pode ser necessária ajuda profissional e institucional para lidar com o medo, luto e retornar às atividades.

Publicidade


Gabriela Gramkow, doutora em Psicologia Social e professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), ressalta que, no Brasil, esse tipo de ataque geralmente está vinculado a algum problema anterior. "É natural que existam conflitos no ambiente escolar, a grande questão é como lidar com eles", diz.


Medidas como a criação de espaços de acolhimento em casa e na escola ajudam os envolvidos a elaborar o luto após o ataque e a evitar novos casos. Além disso, auxiliam aqueles que não foram vítimas do atentado, mas sentem medo ou insegurança em decorrência das notícias sobre o acontecimento.

Publicidade


Esses espaços de escuta não precisam ser organizados apenas por profissionais de saúde mental externos ao ambiente escolar, mas sim pelo próprio educador. "A escola pode e precisa manejar as suas relações educacionais", aponta Gramkow.


Apesar disso, a psicóloga ressalta a importância de intervenções especializadas nessas situações. Na capital paulista, o Naapa (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem), da prefeitura de São Paulo, atende jovens em sofrimento psíquico.

Publicidade


O núcleo é composto por profissionais de diversas áreas que atendem as escolas da rede municipal de ensino conforme demanda, e pode auxiliar em casos de ataques.


Iniciativas coletivas e institucionais são importantes para referenciar o luto e compreender o trauma dentro da própria comunidade escolar. Após uma experiência traumática, é importante que os indivíduos, vítimas ou expectadores distantes, falem sobre a experiência. É preciso, porém, respeitar o tempo de cada estudante e do próprio corpo docente.

Publicidade


"Silenciar o luto é continuar o ciclo da violência", afirma Gramkow.


Nos primeiros dias, é natural que as atividades da escola sejam interrompidas e que muitos não se sintam confortáveis para retornar à rotina.

Publicidade


Gramkow indica que "quando o acontecimento é muito recente, não faz sentido pensarmos em tempo de luto. É necessário um tempo de processamento".


Contudo, pode haver casos em que o jovem da escola envolvida ou de outras instituições tenha mais dificuldade de voltar às aulas. Nessas ocasiões, a instituição de ensino pode organizar um processo de busca ativa para acolher o estudante e incentivar o seu retorno.


Sinais de paralisia, negação, falta de vontade de se alimentar ou realizar atividades são preocupantes, segundo a especialista. Locais como o Caps-IJ (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) podem oferecer auxílio.


A professora ressalta, porém, que nos primeiros momentos após o trauma, é preciso acolher as demandas dos estudantes, buscando entender o que elas representam, e enfrentar estratégias de evitação. "É preciso viver esse luto."

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo