De 2019 para 2021, os percentuais de domicílios com uso de internet e presença de celular aumentaram no Brasil, enquanto as porcentagens de lares com televisão, computador e tablet diminuíram.
As conclusões são um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgado nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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De acordo com o estudo, a proporção de lares onde havia uso de internet alcançou 90% (65,6 milhões) do total (72,9 milhões) em 2021. A fatia equivale a um acréscimo de 6 pontos percentuais em relação a 2019 (84%), antes do início da pandemia no país.
O avanço foi mais intenso na área rural, embora a porcentagem tenha permanecido abaixo da verificada na cidade.
No campo, o percentual de domicílios com uso de internet pulou de 57,8% para 74,7% de 2019 para 2021. Enquanto isso, na área urbana, o indicador subiu de 88,1% para 92,3%, acima da média geral.
O crescimento, diz o IBGE, ocorreu em todas as grandes regiões, sobretudo no Nordeste. Apesar do aumento de 9,4 pontos percentuais no período, a região seguiu com o menor percentual de domicílios com conexão (85,2%).
O celular foi o equipamento mais utilizado para o acesso à rede, em 99,5% dos domicílios com algum tipo de sinal. Na sequência, veio a televisão (44,4%), que superou pela primeira vez o microcomputador (42,2%).
Segundo o IBGE, a parcela de lares brasileiros com telefone celular aumentou de 94,4% em 2019 para 96,3% em 2021.
Porém, o instituto aponta que, pela primeira vez na série histórica, iniciada em 2016, a proporção de domicílios com acesso à banda larga fixa superou a proporção daqueles com internet móvel (3G ou 4G).
O sinal fixo subiu de 78% para 83,5% dos lares com conexão. A fatia móvel, por outro lado, recuou de 81,2% para 79,2%.
De acordo com o IBGE, o aumento da banda larga fixa pode estar associado à dinâmica da pandemia. A crise sanitária deixou brasileiros por mais tempo em casa, o que fez com que a internet móvel fosse menos demandada.
Outro possível fator para explicar o contexto, diz o instituto, é a expansão do acesso no Norte. O percentual de domicílios com conexão via banda larga fixa nessa região teve incremento representativo: de 54,7% em 2019 para 70,5% em 2021.
TV, COMPUTADOR E TABLET TÊM BAIXA
No mesmo período, o número de lares brasileiros com aparelhos de TV até subiu, passando de 68,4 milhões para 69,6 milhões. Contudo, a proporção de domicílios com o equipamento, em relação ao total de endereços, recuou de 96,2% para 95,5%.
O número total de lares era de 71,1 milhões em 2019. Passou para 72,9 milhões em 2021.
No ano passado, 27,8% dos domicílios com televisão tinham acesso a serviços de TV por assinatura. Houve queda em relação a 2019, quando a porcentagem era de 30,3%.
Os motivos alegados para não ter TV por assinatura foram: falta de interesse (45,6%), serviço caro (43,5%), substituição por vídeos na internet (8,7%) e opção não disponível (1,2%).
O IBGE ainda aponta que o percentual de domicílios com microcomputador recuou de 41,4% para 40,7% de 2019 para 2021. Todas as grandes regiões registraram percentuais abaixo de 50%.
O Nordeste teve a menor proporção com microcomputador no ano passado: 24,9%. A mais elevada foi verificada no Sul: 49,3%.
A porcentagem de domicílios com tablet também diminuiu no país. Recuou de 11,6% em 2019 para 9,9% em 2021.
Os dados mais recentes da pesquisa foram investigados pelo IBGE no quarto trimestre de 2021. A série foi interrompida em 2020 em razão das restrições causadas pela pandemia à coleta de dados. Por isso, as comparações do levantamento têm foco na passagem de 2019 para 2021.