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Nova pesquisa

Cai número de contratação de diretores de escolas estaduais por indicação

Eduarda Ventura - Estagiária*
16 jul 2024 às 16:20
- Geraldo Bubniak/AEN
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O número de diretores da rede estadual de educação contratados por meio de processos seletivos ou eleições da própria comunidade escolar cresceu de 12,7% em 2019 para 26,1% em 2023. O resultado faz parte de uma pesquisa que analisou o perfil dos profissionais e as dificuldades do cargo em todo o Brasil, divulgada nesta segunda-feira (15). 


A pesquisa, elaborada a pedido do Instituto Unibanco, combina dados do Censo Escolar e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e revela, ainda, que o número de contratações por indicações diminuiu, passando de 24% em 2019, para 20% em 2023.

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O professor e presidente do APP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), Márcio André, defende que o sindicato sempre teve a luta histórica de que o diretor seja uma pessoa escolhida pela comunidade escolar. 

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“A comunidade escolar é o que mais importa, é quem realmente vive aquele cotidiano ali. São os pais e mães dos alunos que lá estão, os alunos que lá estão, os professores, funcionários, toda a comunidade escolar ali, envolvida no dia a dia, que conhecem as pessoas, conhecem as necessidades e sabem os caminhos a serem tomados”, explica. 

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Para ele, chamar pessoas de fora através de concursos ou indicações pode prejudicar imensamente a comunidade escolar, já que a pessoa não vai conhecer os problemas e pode acabar querendo “gerir aquela mini sociedade como se fosse uma empresa, buscando apenas números, e os números são a consequência do trabalho bem feito, não podem ser o objetivo em si”. 


Perfil 

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Sobre o perfil dos profissionais na gestão, o trabalho identificou que, em 2023, 38% eram formados em pedagogia e 55,2% em outras áreas da educação. Os números apontam para um aumento desde 2011, quando 33,6% dos diretores tinham graduação em pedagogia, enquanto 48% eram profissionais de outras áreas da educação, como licenciaturas de história, literatura, matemática, etc. 


Ao investigar quantos profissionais possuíam o curso de gestão escolar concluído, os pesquisadores encontraram uma variação entre as regiões do país. Em 2020, apenas Rondônia e Acre tinham 30 a 40% dos diretores com esse tipo de formação. Acre, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Ceará e Sergipe eram entre 20% e 30%, enquanto todos os outros apareciam com menos de 10%. 

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Já em 2023, o Piauí tinha entre 90% e 100%, seguido de Brasília (entre 40% e 50%), Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Espírito Santo, Maranhão, Ceará, Sergipe e Pernambuco (entre 30% e 40%).


No Paraná, o diretor do APP aponta que o governo do Estado oferece frequentemente cursos de formação continuada de Gestão Escolar e Gestão Administrativa de forma livre e aberta para todos que fazem parte da Secretaria de Educação do Paraná. “Mesmo que a pessoa não tenha o curso de gestão escolar, se ela for eleita pela primeira vez, posteriormente esse curso é obrigatório”. 

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Para que os diretores tenham sucesso em suas funções, é fundamental que tenham um link entre o conhecimento pedagógico e o de gestão para conseguir gerir a comunidade escolar, explica Márcio. 


Desafios 

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Um dos principais desafios enfrentados pelos diretores é a carga horária semanal, que pode variar do que é estabelecido no contrato conforme os profissionais precisam assumir cada vez mais responsabilidades, como gerenciar a merenda, segurança, manutenção geral e prestação de contas. 


O problema ainda parece ter aumentado significativamente durante a pandemia de Covid-19, já que, em 2021, em todas as regiões, mais de 60% dos diretores afirmaram trabalhar acima das 40 horas semanais. No período pré-pandemia, o valor oscilava entre 35% e 42%. 

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Para o professor, essa sobrecarga é algo que sempre aconteceu, principalmente a partir da diminuição de cargos de gestão. “Diminuindo o porte da escola, consequentemente diminui o número de funcionários, o que vai sobrecarregando todo mundo. E isso, com certeza, afeta não só a saúde de todos os trabalhadores, mas também afeta a qualidade do trabalho.” 


A pandemia se tornou um fator, principalmente, porque os educadores precisam passar por um processo de tentar retomar os conteúdos passados durante um ano e meio em que os alunos ficaram tendo aulas online, o que exige um esforço maior e, consequentemente, uma sobrecarga. 


Outro grande problema apresentado é a falta de recursos e pessoal, o que pode ser uma grande questão no aumento da sobrecarga. Com a falta de um professor, o diretor acaba tendo que assumir as responsabilidades e assumir as classes.


Neste aspecto, a pesquisa encontrou muitas diferenças regionais e estaduais. Em 2019, o destaque positivo era Mato Grosso do Sul: entre 70-80% dos diretores não encontravam dificuldades para essa substituição. São Paulo foi o destaque negativo, onde esse percentual oscilava entre 20% e 30%. Em 2021, o percentual estava entre 70% e 80% em Minas Gerais, Tocantins, Maranhão, Pernambuco e Paraíba. E entre 20 e 30% na Bahia.


Para o diretor do APP, essa questão seria solucionada a partir da contratação de professores temporários ou por concurso público que pudessem ficar na retaguarda para assumir quando necessário, o que, infelizmente, não acontece. 


Entretanto, ele frisa que isso não necessariamente causaria uma maior sobrecarga, mas sim uma questão de fratura no relacionamento entre os professores e pais. “O pai e a mãe se sentem incomodados, e com toda razão, por seu filho, às vezes, não ter todas as aulas programadas do dia.” 


Por fim, finaliza destacando que o maior problema não está no trabalho em si, mas na falta de pessoas e recursos. “A solução não está em sobrecarregar as pessoas e exigir que elas cumpram a função de forma sobrecarregada. O problema não está no trabalho em si, está na falta de pessoal contratado para fazer a função como ela deveria ser.” (Com informações de Agência Brasil) 


*Sob supervisão de Fernanda Circhia


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