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Assistente social vira peça-chave em meio à pandemia da Covid-19

14 mai 2020 às 16:01

Nesta próxima sexta-feira, 15 de maio, é comemorado o Dia do Assistente Social. Pouca gente sabe, mas essa profissão é de fundamental importância no que se refere às políticas sociais, sobretudo na área da saúde. Em meio a pandemia da Covid-19, profissionais dessa categoria estão trabalhando junto às famílias das pessoas hospitalizadas, atuando na perspectiva de garantir seus direitos perante à constituição e também na humanização dos procedimentos. O Serviço Social faz parte do rol das profissões da saúde, mas não se restringe apenas a ela, o que acaba reforçando a importância do seu trabalho em situações de emergência como o combate à pandemia do coronavírus.

A assistente social Thaís Fernandes Ferreira, tutora do curso na Unopar Niterói em Londrina, enfatiza a importância da categoria no âmbito da saúde e também nas políticas sociais. "O papel do assistente social, mediante o código de conduta da profissão, não está relacionado à comunicação de boletins médicos, mas à prestação de orientação para os familiares e os enfermos acessarem seus direitos. Ele trabalha de forma articulada aos demais profissionais nas áreas de saúde e políticas sociais, sendo imprescindível no tratamento humanizado nos hospitais, centros de assistência e na comunidade como um todo”, destaca.


O Código de Ética da profissão reforça a atuação do assistente social que encontra-se trabalhando diretamente na linha de frente do enfrentamento à Covid-19, assim como médicos e enfermeiros, porém, o profissional também enfrenta uma série de barreiras. "Nessa nova realidade, o assistente social possui o desafio de administrar a não presença dos familiares nos leitos hospitalares e hospitais de campanha. Essa não é uma tarefa fácil, quando o que está em jogo é o amor de uma relação interpessoal. Diferente de internações rotineiras, onde o ideal é que exista um companheiro, hoje, o fato de existir a preservação da saúde do próximo fala mais alto”, pontua a especialista.


Outro desafio enfrentado pelos profissionais do Serviço Social é a intervenção junto à população em situação de rua. Estimativa realizada pelo IPEA (Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada), em 2016, mostrou que existiam mais de 100 mil pessoas vivendo em situação de rua no Brasil. "Ainda dentro do contexto da pandemia, a categoria está sendo chamada para prestar atendimento a esse segmento da população. No Brasil existe um déficit de investimento nas políticas sociais, o que não é diferente em relação a área da saúde. Com a precarização dos serviços, os cidadãos enfrentam grandes desafios para efetivarem na prática seus direitos estabelecidos legalmente” aponta a tutora da Unopar Niterói.


De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. Esse público é mais um segmento que passa pela intervenção do profissional de Serviço Social. Segundo dados do IBGE 2019 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária. Só para se ter ideia, esse número representa 13% da população do país. "Uma nova postura precisou ser adotada pelos profissionais que atuam diretamente com os idosos, sobretudo em período de pandemia. Estar atualizado com as recomendações dos órgãos competentes é indispensável para ser um profissional comprometido com os princípios éticos da profissão”, finaliza Thaís.

Segundo o CFESS (Conselho Federal de Serviço Social), existem atualmente 188 mil profissionais com registro nos 27 CRESS (Conselhos Regionais) de cada estado do Brasil. Ao profissional cabe analisar, elaborar, coordenar e executar planos, programas e projetos que viabilizem os direitos da população e seu acesso às políticas sociais como saúde, educação, previdência social, habitação, assistência social e cultura, além de analisar as condições de vida da população, elaborar laudos, avaliações e estudos sociais, analisando documentos e estudos técnicos e coletando dados e pesquisas. Assistentes sociais também podem trabalhar no planejamento, organização e administração dos programas e benefícios sociais fornecidos pelo governo e como docentes em instituições de ensino superior.


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