A interação entre as pessoas é um poderoso ingrediente da inovação. O ditado popular nos ensina há anos: “a união faz a força”. No que diz respeito à inovação e ao empreendedorismo, esse aforismo reserva uma grande verdade. As melhores iniciativas são aqueles executadas por pessoas em prol de um propósito comum. Quanto mais colaborativas elas forem, melhor.
A literatura acadêmica é pródiga ao ressaltar os inúmeros casos de grupos que obtiveram sucesso ao inovar em conjunto. No meu livro Inovação em Comunicação no Brasil são dezenas. A explicação é relativamente simples: ninguém cria uma inovação radical ou disruptiva sozinho. Inovações incrementais até podem ser feitas isoladamente, já que exigem menos esforço, mas mudanças de sistema exigem trabalho coletivo, organização e debate de ideias e opiniões.
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Neste mês de Agosto o sistema Cresol Baser realizou em Balneário Camboriu, Santa Catarina, o Cresol Manager Meeting (CMM), realizado pela primeira vez de forma presencial após a pandemia. Nessa edição, o evento reuniu mais de 460 líderes do sistema, incluindo presidência e diretoria.
O foco do evento realizado em dois momentos do ano, é conectar presidentes, diretores executivos e gerentes às novidades das diretorias de superintendência, administrativa, negócios e de comunicação, além de gerar insights por meio de palestras que abordam conteúdos ligados as diretorias.
O norte-americano Steven Johnson acredita que as melhores ideias vêm em forma de “palpite parcial”, algo inacabado que precisa de um tempo de incubação e choque com outras ideias para tornarem-se mais claras e completas.
Cada um tem uma visão diferente e um conjunto distinto de habilidades e competências. É dessa diversidade, que nascem as melhores inovações. Esta é uma das razões pelas quais o CMM é tão importante e necessário. Notadamente pela capacidade de reunir pessoas com perfis diferentes imbuídas do mesmo propósito: gerar inovação. Matéria-prima fundamental desses encontros é o compartilhamento de conhecimento e a troca de ideias.
Por mais que a tecnologia tenha possibilitado a comunicação em espaços virtuais, os eventos presenciais apresentam um ingrediente muito relevante: o contato próximo entre as pessoas, que ajuda muito nesta troca de ideias e opiniões tão relevantes para a inovação. Não se desenvolveu tecnologia, e provavelmente não se fará tão cedo, que substitua o tradicional “olho no olho”. Por isso eventos como o CMM podem ser tão relevantes para se desenvolver novas ideias e criar uma cultura empreendedora dentro de organizações como a Cresol ;)
*Errata: na minha coluna da semana anterior não citei que o Centro de Inovação do Comércio de Londrina recebeu recursos na ordem de R$ 500 mil da Fundação Araucária e o mesmo valor por meio de emenda da deputada federal Luisa Canziani. Peço desculpas pelo meu erro.
*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.