Delegado aposentado é denunciado pelo MP por peculato e posse de munições

21 set 2021 às 19:18
O Ministério Público do Paraná apresentou nova denúncia contra o delegado aposentado Carlos Marcelo Sakuma, por ter tomado posse de uma picape apreendida pela Polícia Civil e de um colete à prova de balas da instituição. Ele também vai responder por posse de munição irregular.

De acordo com o MP, o ex-delegado teria praticado crime de peculato ao desviar e se apropriar de um veículo Fiat Strada na época em que estava lotado em Iporã (Noroeste). O carro havia sido solicitado ao juiz criminal para o combate ao tráfico de drogas na região, mas as investigações demonstraram que o delegado teria se apropriado do veículo, utilizando-o em seu proveito pessoal, mesmo após aposentado.

Um colete balístico de propriedade da Polícia Civil, que deveria ter sido restituído à instituição após a aposentadoria do investigado, também foi encontrado em sua posse e apreendido somente na operação do Gaeco.

Por fim, a denúncia relata a prática do crime de porte ilegal de 210 munições calibre .380, adquiridas ilegalmente pelo investigado.

A denúncia por peculato é a segunda que pesa contra ele. O delegado aposentado passou a ser investigado na Operação Arapongas, executada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), para apurar possível exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro por corrupção ativa e passiva. Foi durante cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão que os itens foram localizados.

LEIA TAMBÉM: Justiça nega pedido de prisão domiciliar de delegado acusado de explorar jogo do bicho


Operação Arapongas


Também no âmbito da Operação Arapongas, o delegado já havia sido denunciado pelo MP. Na denúncia anterior, contra seis pessoas, são descritos os crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, obstrução da justiça e lavagem de ativos (com diferentes participações dos envolvidos).


Nessa denúncia, o delegado aposentado é citado como um dos coordenadores do esquema criminoso, ao lado de um ex-presidente da Câmara de Vereadores de Arapongas acusado de atuar como chefe do esquema de exploração da contravenção do jogo do bicho, controlando 257 pontos de apostas.


A reportagem tentou contato com o advogado do delegado aposentado, mas não consta o nome de seu defensor no sistema de consultas processuais do Tribunal de Justiça.

Leia mais

Continue lendo