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Pesos-pesado das Apostas Esportivas explorando o novo Mercado de Apostas brasileiro

02 mai 2024 às 15:46

Em 2024, chegamos ao marco de seis anos da flexibilização do setor de apostas esportivas e jogos de azar no Brasil. Ao final deste ano, em dezembro, também comemoraremos um ano da regulamentação deste mercado por meio da PL 3626/2023.


Se fosse uma criança, estaria começando a consolidar a sua identidade, teria entendimento do mundo ao seu redor e buscaria pelos seus objetivos. Em termos comparativos, este também é o cenário da indústria de apostas esportivas nacional, que, aos troncos e barrancos, se tornou o 10º maior mercado de Apostas Esportivas do mundo.


Foram anos de tentativas e erros. Hoje, as marcas nacionais dominam o Brasileirão como patrocinadores-máster. Estão por toda parte, financiando eventos esportivos de todo o porte. Agora, com a regulamentação, surge um novo medo: titãs da indústria internacional de olho em parte do bolo.

Quem sobe ao ringue?

Enquanto alguns dos nomes interessados em fazer negócios no Brasil são desconhecidos pelo público, como o DraftKings - um gigante dos Estados Unidos no mercado de fantasy game, similar ao brasileiríssimo Cartola, mas possuindo um número maior de esportes na sua plataforma, também temos nomes conhecidos.


Outra empresa que colocou o seu nome na lista de interessados em comprar a nova licença nacional, foi o MGM Resorts. Sim, a empresa por trás do enorme hotel e cassino do chafariz que tanto aparece em filmes e subsidiária da produtora de filmes responsável pelo leão que ruge no inicío de tantas obras primas.


A força da segunda marca com certeza que se sobressai à primeira, mas não se engane: as duas fazem parte de grupos milionários, com muitas décadas neste setor. Ainda teremos outras forças em campo, como a ESPN, do Grupo Disney, que acaba de licenciar a sua marca para o grupo Penn.


Com isso, resta entender como essa disputa ocorrerá. Alguns grupos brasileiros já começam o burburinho.

Ressentimento e apreensão

Os especialistas do Casino.org apontam para o fato de que o mercado nacional de apostas esportivas começa agora a se consolidar, cinco anos depois. A formalização pelo corpo de leis assinado pelo presidente Lula é um grande empurrão nesta direção.


Entre os dispositivos deste conjunto de leis, que dispõe até sobre os métodos de pagamento legais, o maior mecânismo da formalização está no preço da licença necessária para operar no Brasil: custando 30 milhões de reais, vai limpar o mercado que hoje conta com mais de 1000 operadores, segundo o Datahub


Com tantos "órfãos", as empresas que conseguirem sobreviver lutarão por uma grande massa de usuários. Com pequeno esforço, se estabelecerão definitivamente no mercado como líderes. Ao menos até os Golias entrarem no mercado e tornarem estes gigantes pequenos Davis. 


Vale ressaltar que diversos operadores nacionais estão no mercado desde 2018 e sofreram para conquistar todo o seu espaço. Alguns se apoiam nesse know-how adquirido para afirmar que a vantagem numérica dos dólares e euros não serão suficientes para conquistar o gosto dos brasileiros, um público diferente de todos os outros no mundo. Empresas menores, por outro lado, afirmam que não vêem como se manter no mercado após o custo inicial de R$ 30 milhões. Os mais ousados revelam sentir que este valor contribui para os estrangeiros tomarem conta do país. Em conversão direta, esta soma equivale a apenas 6 milhões de dólares, um valor baixo se comparado com o potencial de faturamento.

Davi e Golias trocam jabs, qual deles beija a lona?

O Brasil não é para amadores. Não será a primeira vez que conglomerados estrangeiros vêem a oportunidade de riquezas no Brasil e tomam a decisão de embarcar para cá. Entretanto, nem todas as tentativas deram certo.


Um exemplo clássico é o da rede americana de supermercados Walmart: quando veio para cá, em meio a consolidação deste segmento no país, não imaginava que falharia tanto. Abriu dezenas de unidades e apenas alguns anos depois fechou praticamente todas elas. Vendeu a sua participação no Brasil e acabou renomeada para Grupo BIG. 


Apesar de estarem em segmentos completamente diferentes, este caso exemplifica a dificuldade relatada pelos operadores nacionais de se estabelecerem por aqui. Entretanto, temos também casos de extremo sucesso.


As redes de fast-food americanas, por exemplo, mostram que há algo dos americanos que gostamos muito. O Burger King e McDonalds são duas companhias que seguiram o modus operandi estadounidense por muito tempo e se tornaram líderes no Brasil. 


Hoje, as duas buscam o seu lado mais brasileiro, em campanhas como o Méqui1000 e as collabs do Burger King com a Loud e influencers nacionais. Outro reflexo de que hoje talvez não baste apenas estar no imaginário popular, é preciso atender a população.


Nesta disputa, resta-nos acompanhar os próximos capítulos. A concorrência pode trazer ótimas inovações ao mercado nacional, como tecnologias de segurança, pagamento e variedade. Temo de levar este mercado tempo ao tempo.