Em média, a cada dia, ao menos sete crianças de até seis anos de idade perderam o pai ou a mãe para a Covid-19 no estado de São Paulo.
Do dia 16 de março de 2020 até o dia 24 de setembro deste ano, ao menos 3.836 crianças ficaram órfãs de um dos pais, que morreram vítimas da Covid-19.
Os números foram tabulados pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), entidade que representa os Cartórios de Registro Civil do Brasil e administra o Portal da Transparência.
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A entidade levantou os dados a partir do cruzamento entre os CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de óbitos feitos nos 836 cartórios de registro Civil do estado desde o ano de 2015, ano em que as unidades passaram a emitir o documento diretamente nas certidões de nascimento das crianças recém-nascidas em todo o território estadual.
Ainda segundo esse levantamento, 64 pais morreram antes de verem os seus filhos nascer também pela Covid-19. Ao menos nove crianças perderam o pai e a mãe para a doença.
"E pelo acordo realizado com a Receita Federal para a emissão do número do CPF na certidão de nascimento, conseguimos levantar estes dados que, mesmo parcialmente, geram impacto", afirma, em nota, Luis Carlos Vendramin Junior, presidente da Arpen/SP.
A quantidade de crianças de até seis anos de idade que ficaram órfãs de pai ou mãe registradas só no estado de São Paulo equivalem a 31,4% do total do Brasil, que teve 12.211 crianças nessa situação.
A maior parte, 25,6% das crianças tinham menos de um ano de idade quando o pai ou a mãe
morreu. Os dados foram extraídos a partir de pesquisas em todos os 7.645 cartórios do país.