Ao viajar de trem, muitos turistas preferem entrar na história, ao utilizar carros de passageiros produzidos em alguns casos há mais de cem anos. Mas há os que preferem viajar em vagões mais novos ou temáticos.
Para esses, a rota ferroviária entre Curitiba e Morretes, na serra do Mar paranaense, é uma boa opção a ser considerada, por atender os mais variados gostos -e bolsos.
A rota oferece os carros de passageiros convencionais, mas também vagões temáticos e até mesmo específicos para viagens com pets.
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Os mais recentes a entrar em funcionamento são o carro desenvolvido para as viagens com animais de estimação e o que homenageia Ildefonso Pereira Correia (1849-1894), o Barão do Serro Azul, que foi o maior produtor de erva-mate do mundo e que morreu durante a Revolução Federalista na ferrovia Paranaguá-Curitiba. Ambos são qualificados como "vagões boutique".
O "carro do Barão", como passou a ser chamado, tem uma varanda panorâmica de seis metros quadrados, em que é possível ao visitante sentir a natureza paranaense ainda mais de perto. Por suas características, é o último vagão da composição e também abriga menos passageiros que os carros convencionais: apenas 32.
Fabricado originalmente em 1954, o carro foi comprado pela Serra Verde Express, empresa que administra a rota ferroviária, num leilão em Vitória (ES). A reforma e transformação em vagão panorâmico custou R$ 530 mil.
Outro carro especial é o Imperial, com mesas de madeira (quadradas e redondas) que comportam quatro pessoas. Produzido com decoração refinada, foi inspirado nos anos 30, mais especificamente nos vagões-restaurante daquela década.
O Bove é o vagão destinado aos pets. Tem janelas panorâmicas e uma varanda central que acomoda até quatro pessoas.
O projeto envolveu o desenvolvimento de uma estrutura que permite que os animais fiquem fora das caixas de transporte na viagem, além de terem poltronas exclusivas. O vagão comporta 28 pessoas e possui 8 poltronas pets. Os animais de pequeno e médio portes podem viajar no colo dos passageiros e têm circulação livre pelo vagão, além de serviço de bordo, com um kit lanche especial.
O desenvolvimento desse carro, cujos assentos têm tecido impermeável, custou R$ 205 mil.
Além desses, há os carros de primeira classe batizados de Foz do Iguaçu, Copacabana (ambos com estilo neoclássico) e Curitiba, com símbolos que remetem à capital do Paraná.
São litorinas (automotrizes, que operam com um carro somente) e, por terem ar condicionado e janelas fechadas, não têm sido utilizadas em tempos de pandemia.
Os bilhetes custam a partir de R$ 135 (carros convencionais). Os chamados carros boutique têm passagens a partir de R$
240, enquanto na litorina custam R$ 270. O trem opera de sexta-feira a domingo.
Há, ainda, vagões das categorias standard (ar condicionado e poltronas estofadas), turística (assento duplo) e econômico.
Além da rota ferroviária entre Curitiba e Morretes, há outra ligando Morretes a Antonina, esta operada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e que busca na restauração de seus carros de passageiros deixá-los exatamente como eram no passado. A composição é tracionada por uma locomotiva fabricada em 1884.
Curitiba a Morretes (PR)
Duração: quatro horas e 15 minutos
Trecho percorrido: 70 km
Preços: a partir de R$ 135
Atrações: trecho de mata atlântica e cachoeiras