No primeiro semestre deste ano, marcado pela pandemia de covid-19 e por medidas de distanciamento social, os registros de denúncias de violência contra a mulher tiveram queda em relação ao mesmo período de 2019, tanto no Brasil quanto no Paraná. Em contrapartida, os registros de feminicídio aumentaram quase 2% no país.
Os números foram apresentados pela titular da Delegacia da Mulher em Londrina, Magda Hofstaetter, na sessão virtual da terça-feira (24) da Câmara de Londrina.
A delegada participou da sessão para falar sobre o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher (25 de novembro) e as ações de enfrentamento realizadas no município. O convite foi feito por meio do requerimento nº 174/2020, de autoria da vereadora Daniele Ziober (PP) e do vereador Pastor Gerson Araújo (PSDB).
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Magda Hofstaetter ressaltou que a violência contra a mulher continuou ocorrendo durante a pandemia, até com maior gravidade. "Essa queda nos registros (nas delegacias) não significa que a violência tenha diminuído, muito pelo contrário. A violência continuou acontecendo, porém ela não estava chegando ao conhecimento das autoridades, muito em razão dos decretos proibindo a circulação das pessoas em vias públicas. Muitos serviços foram interrompidos nesse período, o que dificultou a possibilidade de as mulheres fazerem esse tipo de denúncia”, disse. Segundo ela, as chamadas para o 190 (Polícia Militar) aumentaram 4% no Brasil e 8,5% no Paraná nos primeiros seis meses de 2020.
O Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória aos homicídios das irmãs Patria, Minerva e María Teresa Mirabal, em 25 de novembro de 1960, pela polícia da República Dominicana, em razão das lutas das três mulheres contra a ditadura.