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Médico de Londrina diz que projeto da UEL é possibilidade de ter mais autonomia

14 fev 2022 às 07:50

Levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que 17,3 milhões de pessoas (8,4% da população brasileira), acima de dois anos, têm algum tipo de deficiência. Quase metade dessa parcela (49,4%) é de idosos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, feito pelo Ministério da Saúde, e ajudam a compreender que o universo de pessoas que utilizam cadeiras de rodas é bastante grande, assim como os obstáculos que elas enfrentam diariamente.  


O médico pediatra em Londrina, Mario Utiamada, passou a usar cadeira de rodas motorizada há cerca de três anos. "Pude experimentar a sensação que, para alguns é tão corriqueira, de sair até a rua, passear pela praça ou à beira do lago. De ir de um ponto a outro sem tanto esforço ou dor nas articulações ou o medo de escorregar e cair com as muletas. Não se trata apenas de mobilidade, mas de liberdade, de autonomia. É o mínimo de qualidade de vida que qualquer pessoa deveria ter, além do direito constitucional de ir e vir", diz. 


Utiamada nasceu com hemofilia (distúrbio genético e hereditário que afeta a coagulação do sangue) e, durante a infância no distrito de Guaravera, na zona sul de Londrina, ficou sem andar durante quatro anos pela doença. Ele diz que as barreiras para quem utiliza a cadeira de rodas ainda são muitas, desde o preconceito e as atitudes das pessoas, passando pelas vias e calçadas mal conservadas e construções sem acessibilidade.


"E para a garantia desses direitos básicos, não só para a pessoa com deficiência física crônica, mas para qualquer pessoa que em algum momento da vida tenha sua mobilidade reduzida, como idosos, gestantes, acidentados, entre outros, a popularização e acesso às tecnologias assistivas são essenciais", enfatiza, ao comentar a notícia da cadeira de rodas desenvolvida na UEL. "Ver o projeto desta cadeira, com tecnologia de ponta, é uma possibilidade de dar mais autonomia e liberdade para quem hoje pode estar preso a uma cama ou totalmente dependente. É um verdadeiro sopro de esperança em uma sociedade mais inclusiva para todos", diz. 


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