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LONGA RECUPERAÇÃO

Ex-pacientes lidam com sequelas e encaram a vida pós-Covid

Vítor Ogawa - Grupo Folha
14 mar 2022 às 09:45

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O desafio de superar a internação por complicação da Covid-19 muitas vezes pode ser somente uma etapa do processo de recuperação do paciente. Algumas pessoas apresentam sequelas e, por vezes, elas são persistentes. Se em alguns casos elas duram alguns meses, há o risco até de as mudanças se tornarem permanentes.


A manicure Juliane Cristina Macerdo Santos Tirolli, 32, nunca havia apresentado problemas de pressão. No entanto, após ter contraído a Covid-19, começou a ter dores de cabeça. “Fui ver com a médica, que pediu uma série de exames. O problema da pressão alta é que ela não tem muitos sintomas", declara. As dores logo começaram a afetar o cotidiano de Tirolli. "Tinha uma dor muscular que subia para a nuca. A médica pediu para eu comprar um aparelho para medir a pressão três vezes por dia.”

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Tirolli logo percebeu que estava com pressão alta, embora os demais exames médicos não indicassem a origem dessa alteração. “Antes a minha pressão era de até 11 por 8, 11 por 7. Ela sempre foi baixa e qualquer calor, já abaixava. Mas depois da Covid  ela chegou a 17 por 11 ou 17 por 12. Ficou bem bem alta”, destaca.

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“A médica perguntou se eu tinha tido contraído Covid, porque ela estava atendendo vários casos de pessoas que estavam apresentando essa alteração depois de ter a doença. E esses sintomas começaram seis meses depois de eu ter contraído a Covid", declara. "Me incomoda bastante. Primeiro porque ao tomar a medicação, a pressão oscila muito durante o dia. Então tenho que tomar um medicamento cedo e um à noite. Incomoda muito, porque às vezes eu estou bem e, do nada, minha cabeça dói muito".

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Diante da gravidade da doença, muitas pessoas encontram na religiosidade uma forma de lidar com o novo coronavírus. O advogado José Spillari contraiu Covid-19 no início de março de 2021. “Fui internado no 11º dia do vírus, com 80% do pulmão comprometido. Fiquei somente na enfermaria, com o uso de catéter de oxigênio.” Segundo ele, o uso de medicamentos apresentou bom resultado, mas após a alta ele precisou passar por dez sessões de fisioterapia. Também teve sintomas de ansiedade e tristeza. “A Covid muda muitas coisas, como a forma de encarar a vida, trabalhar, fazer as coisas. Ela afetou mais a minha memória, que ficou como uma espécie de nuvem.”


Sobre as  pessoas que minimizam a doença, Spillari mostra-se incomodado. “Acho pouco confortável ver as pessoas lidando com desprezo com o vírus. Elas não têm noção do que é ficar isolado, internado, sem saber como será o dia.”


Continue lendo na Folha de Londrina.

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