O reajuste de quase 11% no preço dos medicamentos, autorizado no início de abril pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), deixou os consumidores indignados. Alimentos, combustíveis, gás de cozinha e taxas de serviços básicos, como água e luz, vêm subindo de preço com frequência, derrubando o poder de compra da população, e quem tem os gastos com farmácia já incluídos no orçamento mensal, faz as contas para tentar encaixar mais uma alta nas despesas regulares.
O armador de ferragens aposentado Ismael Rodrigues dos Santos vive com uma aposentadoria de R$ 1,8 mil. Com esse valor, ele mantém as despesas da casa e também ajuda nas despesas da ex-mulher. Comparando o padrão de vida atual com o de cinco anos atrás, Santos observa o quanto baixou seu poder aquisitivo. “Faz muito tempo que deixei de comer carne e mesmo assim, só de mistura, gasto cerca de R$ 400 no supermercado todos os meses. Tudo aumenta. Para aliviar um pouco os meus gastos, minha filha tem comprado os meus remédios porque se eu tiver que pagar mais essa conta, aí fica impossível viver”, comentou.
“Está muito difícil viver no Brasil. O governo promete que vai baixar os preços dos produtos essenciais, mas eles só aumentam. É sempre o povo que paga a conta. Vejo muitas pessoas sem condições de comprar um remédio, um alimento, sem condições de sobreviver. Até antes do aumento, gastava cerca de R$ 600 na farmácia com medicamentos para a minha mãe, que é cardíaca e hipertensa e não pode deixar de tomar os remédios todos os dias. Agora, com o aumento, essa conta vai para quase R$ 700”, desabafou o ajudante geral aposentado Nélio Quintão.
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