Não é apenas quem participa de um reality show, como o BBB, que está sujeito ao "cancelamento" nas redes sociais. Qualquer pessoa pública, e até empresas, podem ser cancelados. E quando isso acontece, qual o comportamento se deve ter? A especialista em redes sociais Camila Silveira avalia que é necessário expor que aprendeu a lição.
"Primeiramente vale lembrar que, hoje, todos nós fazemos parte do grande “BBB” da vida real. Estamos sujeitos a cancelamentos, julgamentos, seguidores que amam e após um tempo não conseguem ouvir, um entra e sai de pessoas a todos os momentos... Independente dos produtos comercializados, a imagem e os valores compartilhamos através dela são o que movimenta as redes sociais e proporcionam resultados", explica.
De acordo com Camila Silveira, não correr o risco de cancelamento é, sem dúvidas, um prejuízo muito maior do que não se expor, uma vez que temos mais contas de redes sociais que pessoas no mundo. Se ocorrer o cancelamento, medidas de reconstrução da imagem podem ser eficazes. Mostrar que houve um processo de conscientização e expor o aprendizado obtido são maneiras de tentar reverter a situação, segundo a especialista.
"Podemos exemplificar o caso de Mayra Cardi e o atual BBB Artur que, mesmo após um cancelamento, dentro da exposição e reconhecimento de seu erro, está entre os favoritos para vencer o prêmio deste ano. E é visível o trabalho intenso de sua atual esposa nesta reconstrução ao seu lado, sem medo de enfrentar a exposição e reconhecer que podemos recomeçar e voltar com muito mais força que antes", pondera.
Quem está passando por cancelamento ou sofrendo fortes críticas na internet acaba restringindo os comentários nas postagens, essa é uma medida útil, segundo Camila. "As redes sociais são públicas, mas não precisam ser um território descontrolado e de ofensas. Recursos existem para serem utilizados e colocar limites mesmo de uma forma superficial. Todas as maneiras que lhe tragam segurança nesta exposição devem ser utilizados", avalia.
Se o arrependimento sincero, o "cancelado" pode ter uma segunda chance. Lembrando sempre que, em um coletivo de pessoas, existem diversos entendimentos e olhares sob a mesma situação, e não agradar a todos faz parte do processo.
E não são apenas pessoas que podem ser canceladas, marcas também podem sofrer com a cultura do cancelamento. Camila diz que a empresa precisa agir rápido para tentar reverter o viés negativo inflamado pelas redes sociais.
"O tempo nas redes sociais sempre é muito curto, então é necessário expor publicamente o ocorrido de maneira rápida - lembrando que todo colaborador deve ser monitorado por um líder e cada um dentro deste quadro deve assumir sua responsabilidade, preservando e expondo o conceito da empresa. Omitir ou demorar neste processo pode ser fatal para a marca", aconselha a especialista.