Antes mesmo da pandemia, em 2019, cerca de 36% dos brasileiros já afirmavam não ter controle das próprias finanças, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Já no ano passado a taxa de famílias endividadas bateu o recorde de 67,4%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). E, agora, aprender a administrar o dinheiro vai ser mais necessário do que nunca, para que as dívidas de 2020 não se estendam ou aumentem em 2021.
A pesquisa realizada pelo SPC informa ainda que o motiv da falta de administração financeira para 18% dos entrevistados é falta de disciplina, enquanto 12% responderam que sentem preguiça de se organizar e outros 11% afirmam não ter tempo para planejar seus gastos.
Deixar as finanças de lado é um hábito que os brasileiros precisam abandonar para passar melhor por esta e outras crises, além de melhorar a qualidade de vida. Afinal, assim como qualquer outro hábito, organizar o próprio dinheiro dá trabalho no começo, mas, depois que já se tem a técnica, esta ação se torna parte
da rotina.
Confira agora dicas básicas para começar a administrar as finanças pessoais.
Calcule ganhos e gastos
A única forma de saber se há mais gastos do que deveria é colocando no papel detalhadamente a quantidade de dinheiro que entra na casa e a quantidade que está sendo gasta com despesas pontuais e fixas.
No primeiro momento, o que deve-se fazer é identificar os gastos recorrentes, como contas da casa, alimentação, educação, saúde e transporte, e ver a partir disso se os valores cabem no orçamento.
No mês seguinte, será necessário prestar atenção nos gastos pontuais, como passeios, comidas diferentes e compra de roupas, por exemplo. Esses também devem ser anotados, o que pode ser trabalhoso a princípio, mas é necessário para estipular quanto do salário deve estar disponível para que tais atividades sejam realizadas, sem prejudicar o orçamento. Nos próximos meses, essa estimativa vai ficando cada vez mais precisa e o trabalho será melhor.
Guarde dinheiro da forma certa
Hoje em dia, muito se fala sobre diferentes tipos de investimento, mas, para quem não tinha uma vida financeira regrada ou tem muitas dívidas no momento, começar investindo pode não ser o ideal, já que primeiro é necessário ter uma reserva de emergência à disposição, para evitar cair em mais dívidas, caso surja um imprevisto.
Especialistas aconselham ter guardado cerca de três vezes o salário mensal, para que, em caso de desemprego, por exemplo, a família não fique desamparada. Esse montante deve ser acumulado aos poucos, e uma boa opção para guardá-lo é a poupança, que, apesar de render pouco, cumpre o requisito de disponibilizar o saque a qualquer momento.
Trabalhe contra a impulsividade
O que não é realmente urgente não precisa ser comprado agora, em especial se for caro e fora do orçamento da família. Isso não significa que grandes compras, como casa, carro e viagens, não possam ser feitas; é apenas necessário lutar contra a impulsividade e fazer um bom planejamento.
A decisão ideal seria pagar à vista, na maioria das vezes, mas, em casos disso não ser possível, é importante ter um planejamento de quantidade de parcelas ou, em caso de empréstimo, utilizar um
simulador online. Tudo isso ajuda a certificar que a aquisição não terá mais contras do que prós.