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30% do ecommerce criado na pandemia vai permanecer

18 jan 2021 às 15:05

Boa parte da participação que o ecommerce conquistou durante a pandemia no total de vendas do varejo veio para ficar, aponta o relatório Global Outlook 2021, da Mastercard. A expectativa é que de 20% a 30% das operações que migraram das lojas físicas para o meio digital durante o isolamento social serão permanentes quando o surto chegar ao fim.


Ainda segundo o relatório, os gastos com comércio eletrônico aumentaram de 10% a 16% em seu pico, em comparação com os níveis anteriores à crise.


No Brasil, os efeitos do maior volume de vendas online também devem afetar a circulação de papel moeda. A projeção é que ocorra uma redução nas transações com dinheiro físico, e uma redução dos riscos e custos associados ao armazenamento.
Segundo o presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, 46% dos brasileiros aumentaram o volume de compras online durante a pandemia e 7% realizaram uma compra online pela primeira vez.


"O brasileiro é muito receptivo a novas tecnologias. A tendência é que o ecommerce continue crescendo. A adoção pelas gerações mais antigas, a maior conveniência e os custos mais baixos para os consumidores provavelmente manterão a demanda digital sólida em 2021", afirma.


Dados do Mastercard Economic Institute, apontam que a abertura de empresas provavelmente estará limitada àquelas que vendem produtos e prestam serviços online.


Pelo relatório, isso se deve a incertezas sobre o nível de consumo, ao crédito mais restrito e também ao fato de haver mais risco de contágio no contato físico, inclusive durante viagens e momentos de entretenimento social.


Outro estudo realizado pela Mastercard em parceria com a AMI (Americas Market Intelligence), no final de 2020, também apontou que 32% dos brasileiros afirmaram que irão trabalhar em home office com mais frequência.


Outros 36% dos entrevistados disseram que vão realizar mais compras online do que físicas, e 27% planejam optar pelo delivery quando quiser degustar uma refeição diferente.


Em relação ao cenário macroeconômico brasileiro, o presidente da Mastercard afirmou que a capacidade de retomada dependerá da habilidade dos governos de fornecerem estímulos fiscais e, ao mesmo tempo, pagarem suas dívidas de longo prazo.


"A chegada das vacinas pode ajudar no crescimento econômico, mas as reformas que poderiam impulsionar o crescimento no longo prazo podem ficar difíceis em 2021 em um ambiente político mais fragmentado", afirma Paro Neto.


A confiança do consumidor permanece fraca no mercado diante das incertezas em relação à economia e ao vírus.
"Apesar disso, a flexibilização do distanciamento social, os programas de estímulo do governo e o crescimento do comércio digital devem aumentar os gastos do consumidor ao longo deste ano", afirmou Paro Neto.

O aumento da inflação continua a ser uma ameaça em 2021, aponta o relatório.


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