A representação das mulheres na publicidade não as tem contentado. O projeto #ShowUs visa compartilhar fotografias, através da Getty Images, abraçando todos os tipos de beleza e formas de corpos. O movimento intenciona quebrar os estereótipos de beleza, para que a mídia e os anunciantes reflitam sobre uma experiência e representação autêntica da mulher.
Além da Getty Images, outras marcas se juntaram no movimento para mostrar mulheres de todos os cantos do mundo com uma visão inclusiva de beleza e uma variedade ampla de modelos. A plataforma fez com que aumentasse a busca dos termos "mulher real”, "beleza natural” e "corpo positivo”. Novos termos também começaram a aparecer, como "mulher autêntica” e "sem retoques”.
Mesmo assim, após dois anos do projeto, uma pesquisa realizada por eles demonstrou que somente 43% das mulheres no Brasil se sentem representadas na publicidade e apenas 23% afirmaram se sentir bem representadas na publicidade. Muitas mulheres também se sentem discriminadas pelo formato de seu corpo ou pela maneira como se vestem. Ainda há muito trabalho a ser feito para que as agências e marcas abracem a ideia e passem a incluir mulheres de diferentes idades, etnias e formas de corpo.
Leia mais:
Mulheres não são governadas por hormônios, mas menopausa afeta o cérebro, diz pesquisadora
Entenda as diferenças entre perimenopausa e menopausa
Uma em cada quatro pessoas no Brasil conhece vítimas de violência doméstica, diz Datafolha
Mulheres lésbicas relatam negligência de médicos em atendimentos ginecológicos
As imagens da biblioteca foram feitas por 200 fotógrafos, e mais de 85.000 mulheres e indivíduos não-binários se interessaram em participar. A luta pela quebra de estereótipos continua, e o projeto objetiva continuar crescendo e dando mais visibilidade para todos os tipos de mulheres. Em uma segunda etapa do projeto, foram oferecidos apoios financeiros e mentoria para fotógrafas e cinegrafistas de comerciais para possibilitar que criem histórias visuais inclusivas.
O projeto coloca as mulheres atrás das câmeras e dá oportunidade para fotógrafas exprimirem o seu olhar. A real diversidade pretende mostrar as mulheres sem cenários artificiais. O projeto também abraça a luta pela queda da distorção digital, mostrando a realidade sem filtro. Com esta visão, a esperança é de que mais e mais marcas entrem neste movimento.
Com todo esse engajamento, as mulheres esperam ser representadas como elas são. Aquelas que se sentem discriminadas como se vestem podem reverter a situação e terem orgulho de usar as calças, as blusas, os vestidos ou até as gravatas que quiserem. Assim, o intuito é que a vida real seja refletida na publicidade e vice-versa. A onda da mudança vai sendo impulsionada pelo projeto, mas ainda precisa que os anunciantes se envolvam em levar o movimento adiante.