As próteses de silicone tanto podem corrigir alterações estéticas nos seios, quanto aumentá-los de tamanho. Desde a introdução dos primeiros implantes na década de 60, elas evoluíram e se tornaram mais seguras, com importantes avanços tecnológicos. "Essa evolução se deve ao aperfeiçoamento na produção do silicone e às novas características do implante, quanto ao formato e a constituição", como explica Alexandre Mendonça Munhoz, doutorado em Cirurgia Plástica na área de Cirurgia Mamária e membro especialista e titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Nos últimos anos, as mudanças mais significativas envolveram a espessura da prótese, o tipo de revestimento do silicone e a coesividade dessa substância. Para o especialista, as superfícies texturizadas permitem maior utilização, em virtude dos melhores resultados em termos de durabilidade e redução de incidência de contratura capsular. "Trabalhos de meta-análise demonstram uma menor incidência de complicações, como a contratura capsular, nos implantes com revestimento texturizado". Quanto à coesividade, houve melhora na estabilidade do implante evitando os ondulamentos.
Os benefícios da alta coesividade
Na maioria dos implantes atuais existe certa coesividade, ou seja, são mais gelatinosos e menos líquidos devido ao maior número de interligações e ao comprimento dos polímeros utilizados em sua confecção.
"Com a alta coesividade, mantêm-se a forma do implante e, posteriormente, em casos de ruptura, favorece o processo de troca do mesmo. Quanto ao resultado estético, a alta coesividade permite resultados mais naturais, porque a forma da prótese é mantida reduzindo a incidência de ondulamentos, característica dos implantes menos coesos", destaca Dr. Alexandre.
Na avaliação do cirurgião plástico, em termos de segurança, os resultados são melhores, uma vez que, nos casos antigos, a ruptura do implante levava ao espalhamento do silicone na glândula mamária, gordura e músculos. Tal processo acarretava inflamação e, em casos mais acentuados, o tratamento era difícil, pois a remoção cirúrgica total era extremamente complexa.
Alexandre Munhoz conclui que os silicones denominados ‘form-stable’ mantêm sua estrutura inalterada mesmo em posições diferentes e sob ação da gravidade. "Este fato reduz ou até elimina os ondulamentos pós-operatórios".