Sim, existe isso. E mais: cada sessão dura 20 minutos, e em geral são indicadas entre quatro e seis delas. Experimentei uma delas para poder reproduzir a sensação, já que a empresa diz que "o procedimento é como uma massagem muscular no rosto com uma sensação de aquecimento na área tratada". Parecia bom demais para ser verdade.
E é. Mas não deixa de ser mil vezes menos desagradável que uma injeção na testa. O EmFace usa três adesivos no rosto em cada sessão. Um deles cobre toda a testa, os outros dois cobrem as bochechas, desde a lateral dos lábios até o fim do maxilar e chegam mais ou menos na altura da maçã do rosto, longe dos olhos. Os três adesivos são conectados a um aparelho que esquenta o rosto de leve e contrai aqueles músculos, fazendo com que você faça caretas involuntárias.
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Não dói, e ninguém precisa ficar junto com a paciente, mas não é bem essa a sensação que eu tenho em mente quando penso em uma massagem. Vinte minutos depois o aparelho apita, indicando que a sessão acabou, e fim. Não tem nenhuma consequência do mal, não descama a pele, não fica vermelho, não tem que passar nenhum produto específico ou evitar o sol. Pelo menos não mais do que já se evita no dia a dia. Se o resultado prometido for atingido, é uma revolução.
Uma revolução que custa entre R$ 8 e R$ 10 mil, e cujo efeito dura até um ano. Mas, para quem está disposto a lutar contra os sinais do envelhecimento com todas as armas disponíveis, esta é uma das mais inovadoras e, ao mesmo tempo, menos incômodas. Fora que o risco de alguma coisa dar muito errado é perto de zero, já que não há nada sendo injetado dentro do corpo, cortado, espetado, congelado ou alterado de alguma maneira.
A empresária Katya Faro, 45, dona de uma marca de roupas que leva o seu nome, fez uma cirurgia plástica dois anos atrás para ajeitar o que não gostava no seu nariz e no seu queixo. A cirurgia provocou uma infecção em seu rosto que a obrigou a ficar um ano inteiro tomando antibióticos e proibida de fazer qualquer procedimento estético.
"Eu já tinha feito botox e usado preenchimento, mas bem pouquinho, só para regenerar um pouco do que o tempo leva embora", conta. Faro começou a cuidar mais da pele quando fez 40 anos, mas sem muita disciplina. "Eu fazia esses procedimentos, depois caía de boca no sol e em três semanas esquecia de passar os cremes que a dermatologista me recomendava".
Agora, recuperada do susto, a empresária resolveu apostar na tecnologia não-invasiva para conquistar o que parece ser o alvo atual de toda a indústria multibilionária dos tratamentos estéticos: retardar o máximo possível o inevitável, ou seja, os sinais clássicos do envelhecimento. São os mesmos desde o tempo de nossas bisavós: pés de galinha, bigode chinês, dobrinhas na pálpebra, rugas de expressão. E quem nunca ouviu de pessoas mais velhas que "o rosto é o primeiro lugar que emagrece e o último que ganha peso"?
Nas últimas décadas, o uso de Botox, nome comercial de uma toxina que paralisa os músculos onde é aplicado, e os preenchedores, injetados nos lugares em que a perda de gordura e massa muscular causam o aspecto cansado, às vezes triste, nos rostos de quem não é mais tão jovem, foram abusados de tal maneira que acabaram desfigurando a cara de muita gente por aí, de Gretchen a Madonna, passando por todas as gerações das irmãs Kardashian/Jenner e milhões de suas seguidoras.
"Com o passar do tempo, os músculos do rosto vão se alongando, sempre de cima para baixo e das laterais para o centro, e tudo vai ficando mais frouxo", explica a dermatologista Juliana Mendonça, que comprou um aparelho EmFace em agosto deste ano e tem percebido que suas pacientes que sempre fugiram de agulhas mas se preocupavam com a queda natural na produção do colágeno são as que mais têm apostado no novo aparelho.
"O EmFace não vai substituir nada do que já existia, ele é uma nova tecnologia que pode ser associada aos outros procedimentos, mas funciona perfeitamente bem sozinho também", afirma Juliana.
A dermatologista Daniela Salomão, de Uberaba, também comprou o aparelho para tratamento facial da empresa tcheca. "Eu já tenho outros aparelhos da BTL, criadora do EmFace, para tratamento corporal. Eles são pioneiros em tratamentos que que enrijecem os músculos e deixam a pela mais esticadinha", conta. "O EmFace é muito inovador porque até agora não existia uma tecnologia capaz de enrijecer os músculos da face", completa.
Não são todos os músculos do rosto que se quer enrijecer, explica Daniela. "Quando a gente vai tratar de uma coxa flácida, o objetivo é recuperar ou ganhar toda a massa magra possível. Mas no rosto não é assim, queremos recuperar os músculos que levantam a expressão, mas não os que puxam para baixo".
Este aparelho trata quatro músculos faciais muito bem selecionados; o frontal, da testa, e três de nomes estranhos, entre os cerca de 20 que existem por baixo da nossa cara e que permitem que tenhamos tantas expressões faciais: o zigomático maior, o zigomático menor e o risório, que trabalham juntos quando a gente sorri, puxando o ângulo da boca para as laterais e elevando o lábio superior.
"Trabalhando esses músculos a gente melhora o bigode chinês, o contorno do rosto e até a papada dá uma subida", diz Daniela. "A gente ainda precisa estimular o colágeno, cuidar das manchas da pele e pensar na região dos olhos, mas para quem já cuida bem da pele, o EmFace é um grande aliado. E, para quem nunca fez nada, é uma ótima porta de entrada".