A mulher que nunca comprou calcinhas no leve 3 pague 2, que atire a primeira pedra. Da mesma forma, muitas já vivenciaram a curiosidade de procurar uma peça rendada, ou com um apelo mais sensual. Essa diferenciação tem raízes culturais: desde pequenas, é ensinado às mulheres que a lingerie precisa ser discreta, e que as peças variadas – com rendas, de cores diferentes e modelagens menores – ou são para satisfazer ao olhar de alguém ou estão ligadas a uma série de estigmas pejorativos.
Contudo, têm despontado no mercado da moda íntima novas vertentes que propõem a quebra dessa lógica. O resultado disso é um público crescente de mulheres que têm descoberto a potência de sentir-se bonita aos próprios olhos.
Luciana Rabelo tem 25 anos, é mãe há quatro e trabalha em uma cafeteria. “Eu sempre comprava aquelas lingeries básicas, sempre com bojo, porque eu tinha uma insegurança muito grande. Era sempre branca, bege, preta”, afirma ela. “Eu me olhava e não gostava do que via”, relembra.
Ela conta que, há pouco tempo, quando teve as primeiras experiências em comprar lingeries diferentes, sentiu a relação consigo mesma mudar. “Porque a gente quando é mãe, amamenta, o corpo não é a mais a mesma coisa. E a primeira vez que eu provei uma peça de lingerie mesmo foi amor à primeira vista. Você coloca no corpo e vê ‘caramba, que mulherão eu sou’”.
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